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Quadra 1, lote 1, Residencial Don Bosco, Cidade Ocidental. Veja como como chegar aqui.

Quem precisa de um Amigo?

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração.
Precisa saber falar e saber calar, sobretudo, saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, do Sol, da Lua, do canto dos ventos e do murmúrio das brisas.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que todos os passantes levam.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem mesmo é imprescindível que seja de segunda mão; pode já ter sido enganado…
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo; no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas; seu principal objetivo deve ser de ser amigo; deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve ser D. Quixote sem, contudo, desprezar Sancho Pança.
Deve gostar de crianças, lastimar as que não puderam nascer e as que não puderam viver.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando chamado de amigo; que saiba conversar de coisas simples, de orvalho, de grandes chuvas e de recomendações de infância.
Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para se contar o que viu de belo ou de triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças de chuva, de caminhos molhados, de beira de estrada, do mato depois da chuva e de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a penar viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar, para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Precisa-se de um amigo que nos bata no ombro, sorrindo e chorando, mas que nos chame de amigo.
Precisa-se de um amigo que creia em nós.
Precisa-se de um amigo para se ter consciência de que ainda se vive.



Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

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