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Quadra 1, lote 1, Residencial Don Bosco, Cidade Ocidental. Veja como como chegar aqui.

Os perigos e consequências da mediunidade mal orientada

Na Terra, a esfera material das diversas formas de religião é conduzida pelos encarnados, o que inclui a organização das casas, a orientação das pessoas e até a redação dos textos que explicam os fenômenos espirituais

A falta de doutrina e de comprometimento que existe, em muitas casas espiritualistas, coloca em risco a saúde física e psicológica dos médiuns.

Para se ter idéia, há casas que iniciam qualquer pessoa que tenha vontade em trabalhos de desenvolvimento mediúnico de incorporação.

E as pessoas que começam a frequentar os trabalhos, por não terem a menor noção do que é certo ou errado, se submetem.

Na verdade, existem casos em que a mediunidade de incorporação nunca vai se manifestar porque o médium deverá desenvolver outras formas de mediunidade.

Consequentemente, tentando fazer incorporar quem não deve, surgem atrapalhações de toda ordem.

A mediunidade deve ser desenvolvida de forma progressiva e individualizae o bom desenvolvimento do corpo mediúnico depende muito da firmeza e da competência do chefe encarnado do grupo e do espírito dirigente dos trabalhos.

Na Terra, a esfera material das diversas formas de religião é conduzida pelos encarnados, o que inclui a organização das casas, a orientação das pessoas e até a redação dos textos que explicam os fenômenos espirituais.

É justamente por se tratar de “coisa de humanos” que a religião muitas vezes é deturpada.

Se os espíritos de luz pudessem atuar sozinhos, várias situações inoportunas deixariam de acontecer.

Mas os trabalhos religiosos na Terra precisam da união do plano físico e do espiritual.

Sem o fluido animal dos médiuns, não é possível para os espíritos atuar em nosso nível vibratório.. Daí a grande importância dos médiuns e também da assistência nos trabalhos religiosos.

Quando um dirigente religioso, independente da linha em que trabalhe, se deixa envolver pelo ego, passa a acreditar que é dono-da-verdade e, o que é ainda pior, que é dono das pessoas sua mente se fecha para as orientações do plano espiritual que deveriam orientar sua conduta, porque sua vontade passa a ser mais importante.

Quando o chefe dos trabalhos “se perde”, os espíritos não compactuam com os erros cometidos, mas respeitam o livre-arbítrio de todos. Ficam à parte, aguardando que a situação se modifique para novamente poderem trabalhar com seus médiuns.

As pessoas não ficam desamparadas, mas os espíritos não compactuam com o ego. Há trabalhos que, irresponsavelmente, surgem em função da vontade que têm algumas pessoas de dirigirem grupos. Se uma pessoa resolve iniciar uma sessão, a responsabilidade é dela. Os seus protetores não vão puni-la por isso, mas toda a carga que surge em função dos trabalhos vai ser também responsabilidade dela.

Surgem, em função disso, muitas complicações, para quem dirige e para quem é dirigido. Portanto, não bastando atrapalhar a si mesmo, o chefe deverá arcar com as consequencias do que provoca para o corpo mediúnico de sua casa.

O mesmo vale para quem decide que vai prestar “atendimentos espirituais” ou outros tipos de “trabalho” relacionados, sem as devidas proteções que só uma casa, com os devidos calços, pode ter.

Toda aplicação do dom mediúnico deve estar sobre a proteção de uma corrente espiritual e de uma chefia realmente capacitada.

Infelizmente, em muitas casas sem boa direção espiritual, exerce-se o hábito de desenvolver a mediunidade em pessoas obsediadas, causando-lhes desequilíbrios ainda piores do que a própria obsessão.

São pessoas que, estando claramente doentes, são levadas a abrirem seus canais de mediunidade, irresponsavelmente, a fim de supostamente se curarem.

A pessoa perturbada chega nos trabalhos e é aconselhada a desenvolver… porque tem mediunidade. Deveria procurar entender o que acontece consigo, através da doutrina, e não sair procurando um lugar para “desenvolver” Situações como essa, ocorrem devido ao pouco conhecimento doutrinário dos dirigentes das casas e até dos médiuns que dão consultas, acreditando que estão falando pelos espíritos.

A mediunidade perturbada pela obsessão não merece incentivo.

No aspecto patológico, existem aqueles que, por desequilíbrios neurológicos, se comportam como vítimas de processos obsessivos.

Nestes casos, também é inoportuno o desenvolvimento das faculdades mediúnicas.

Mentores espirituais de casas honestas cuidam de tratar desses processos obsessivos até que os fenômenos cessem, e o enfermo, curado, possa retomar suas atividades normais e, quem sabe, desenvolver sua mediunidade.

Tudo está muito bem, se o médium está preparado, saudável e consciente de que desenvolver a mediunidade é o que realmente deseja e de que realmente precisa.

Por outro lado, se a pessoa está desequilibrada, doente, desenvolvendo algo que nem sabe exatamente o que é, possuir um canal aberto será algo muito perigoso.

Em ambos os casos, haverá a possibilidade da comunicação com o mundo dos espíritos, e um médium despreparado não vai saber identificar, nem filtrar,mensagens boas de mensagens oriundas de espíritos obsessores.

Por isso, desenvolver a mediunidade em quem não está preparado permite que as obsessões se manifestam pelo canal mediúnico que foi aberto, ocasionando demências em diferentes graus.

A mediunidade não é causadora da enfermidade ou da loucura. É o seu desenvolvimento indevido que permite que um espírito obsessor dela se utilize para instalar, na mente de sua vítima, a enfermidade mental.

Pensar na mediunidade como causa desses distúrbios seria o mesmo que culpar a porta de uma casa pela entrada do ladrão. A porta foi somente o meio ou a via de acesso utilizada para a realização do furto, por negligência e desatenção do dono da casa.

Precisamos também conhecer a fadiga mediúnica. O exercício da mediunidade provoca perda de fluidos vitais do corpo do médium e tende a esgotar os seus campos energéticos. Por isso os dirigentes capacitados dedicam especial atenção e cuidado para com os médiuns iniciantes.

É comum encontrar médiuns desequilibrados, atuando em grupos espiritualistas, onde incluem-se até mesmo os brandos trabalhos de mesa kardecistas.

Em alguns casos, o descontrole psíquico pode levar o indivíduo à loucura,principalmente no caso das pessoas predispostas ao desequilíbrio.

Convém que o dirigente espiritual esteja atento à conduta dos médiuns, para perceber indícios de anormalidade.

Mediunidade é uma atividade psíquica séria, e a ela só devem se dedicar pessoas que se disponham a ter conduta religiosa, ou seja, uma moral sadia e hábitos disciplinados.

A prática da mediunidade em obsediados é capaz de produzir a loucura.

A irresponsabilidade e incompetência de dirigentes nos critérios de admissão e instrução de seus trabalhadores pode culminar em demência. Basta imaginar a situação em que uma pessoa obsediada é submetida a entidades hipócritas.

É fácil imaginar que se estabelecerá um processo de fascinação que pode culminar em demência.

Lembremos que a humildade, a dedicação, a paciência e a renúncia são os caminhos do crescimento mediúnico.

O orgulho e os maus espíritos são seus obstáculos.

A mediunidade, assim como todos os dons, possui dois lados.

Se, por um lado, é fonte de abençoadas alegrias; por outro, pode ser também de profundas decepções.

Mas isso nunca deve ser motivo para que alguém desista de desenvolver a sua mediunidade, de cumprir a sua missão, pois ela é simples e gratificante na vida das pessoas que a abraçam como missão de serviço nas legiões do Grande Pai Oxalá.

Por Jorge Menezes

A hierarquia na casa de Umbanda


A hierarquia de uma terreiro de umbanda deve ser respeitada por todos os participantes (médiuns e assistenciados). 

O pai ou mãe-de-santo dita as regras e a filosofia da casa, amparado pelos seus Guias e Orixás, onde as mães e pais-pequenos são seus auxiliares diretos, os capitães que cuidam da gira, de sua ordem e dos médiuns. 


Os ogans cuidam do louvor aos Orixás e Guias, no conjunto dos atabaques, no entoar dos cânticos de fé (ao chamá-los, durante os trabalhos e em sua partida) utilizados no terreiro, também auxiliando nos trabalhos, oferendas e obrigações. 

Diz uma máxima que: "quem não sabe obedecer, jamais saberá mandar. Mas a obediência dentro de um terreiro de Umbanda não se faz mediante uma "cegueira" ou apenas no cumprir ordens. Se faz no aprendizado, na troca de conhecimentos, no saber passado pelos Sacerdotes e pelos Guias. É a obediência e respeito à sabedoria, permitindo o questionamento inteligente para obter o conhecimento do que é feito, porque é feito, como é feito, quando é feito, por quem é feito, para que é feito. 

A Hierarquia também observa o cumprimento das regras do terreiro. Onde os médiuns não fazem o questionamento das mesmas de maneira leviana, pois não são de natureza do saber, mas da natureza da ordem, da disciplina, do respeito aos assistentes, do respeito aos outros médiuns, do respeito aos Guias e Orixás, e do respeito aos próprios Sacerdotes. As regras também ditam a limpeza, o comportamento, o asseio, o comportamento durante as sessões e nas giras, a importância da vestimenta limpa de trabalho, e o decoro da vestimenta profana. 

A Hierarquia também deve ser observada pelos assistenciados no respeito e no trato aos Sacerdotes da casa de Umbanda. Assim como, também devem cumprir e respeitar as regras morais e comportamentais impostas pela casa, (no vestir, no falar, no comportamento, nas atitudes, no pensamento), para que haja um bom andamento dos trabalhos, na sua harmônizaçao e em sua tranqüilidade. 

Este conjunto de coisas, na observância da importância da hierarquia e da própria ordem advinda dela, fazem a comunhão da união e preserva a integridade dos trabalhos realizados dentro de um terreiro de Umbanda. 

Texto de Etiene Sales. 
Sacerdote, Administrador e Cientista da Religião 
http://www.umbanda.etc.br 

BATENDO A CABEÇA


Axé a todos! Hoje, próximo daquele momento mágico e divino que é “bater cabeça” aos Orixás diante de nosso Altar Sagrado, quero que pensemos sobre a importância de nossas funções dentro de um Terreiro, quero que façamos uma rápida avaliação se estamos realmente fazendo “o melhor”. O melhor pelos outros e por nós.
Sei que as dificuldades são grandes, que os percalços da vida tumultuam as decisões quando nos referimos a uma caminhada espiritual, mas a Paz de Espírito que sentimos quando respondemos positivamente a questão acima, é superior a qualquer dificuldade, dor ou angústia.
O fato é que quando nos referimos à evolução espiritual, mais do que boa vontade, precisamos de atitudes firmes, dignas e similares às Forças Superiores das quais somos envolvidos.
Com minha experiência, percebo claramente que muitos são recebidos na Casa do Pai mas poucos são os escolhidos, poucos são os ficam.
Observo que muitos médiuns quando saem do terreiro sentem-se ofendidos, julgam demasiadamente e maldizem tudo, esquecendo que já se beneficiaram muito daquela Casa, portanto, não olham e não avaliam seu interior, não percebem a Grandeza da Espiritualidade e a verdadeira necessidade de manifestar atitudes dignas e amorosas como Simplicidade, Humildade, Colaboração, Fraternidade, Confiabilidade, Fidelidade, Boa Vontade, Renúncia, Solidariedade, Trabalho, Disciplina, Fé, Amor, Obediência, Respeito, consequentemente, não ficam naquela Casa, não conseguem ter afinidade.
O que mais lamento em nossa doutrina umbandista é que poucos médiuns entendem a afirmativa “muitos serão chamados, mas poucos serão os escolhidos”, isso quer dizer que poucos médiuns se preocupam e se esforçam para estarem na mesma vibração, na mesma energia e na mesma sintonia das Forças Superiores. Não significa ser “Santo”, tão pouco “Capacho”, mas sim reconhecer os próprios erros, se esforçar diante do Sagrado e do ser humano, melhorar a cada dia, afinal, reconhecer, se esforçar e melhorar são sinais de HUMILDADE, que é a “Regra Áurea da Umbanda”.
Constatem comigo, não entramos ou saímos de uma Casa à toa. Assim como não existem coincidências para a espiritualidade, o que existe são momentos, necessidades, tempo, permissões e principalmente Lei e Justiça Divina.
Portanto, precisamos sempre nos perguntar se estamos fazendo “o melhor”. Precisamos sempre avaliar nosso íntimo, frear nossos instintos e dominar nosso emocional para que possamos ter uma vida plena de Paz, mesmo porque, são pelas nossas atitudes e pelo nosso íntimo que somos vistos pelos Orixás e Guias Espirituais 24 horas por dia, e não somente em dias de trabalho diante do Altar ao “bater cabeça”.
Saibam, diante do Altar não tem júri e nem juiz, algemas e nem cadeia. 
Diante do Altar, onde está Oxalá, somos advertidos e nos é permitido deixar a nossa carga negativa aos pés dos Sagrados Orixás. 
Diante do Altar somos grandiosamente incentivados e vitalizados para percorrer o caminho da dignidade, fidelidade, amor, fé e caridade. 
Postado por Terreiro da Vó Benedita do Congo

INCORPORAÇÃO: Sintomas

São alguns, os sintomas da mediunidade de incorporação. É importante conhecer estes sintomas, porque eles se manifestam independente da pessoa saber que é médium de incorporação, ou não. Muitas vezes, este médium começa a se sentir um estranho no mundo, começa a se sentir ou ser chamado de“esquisito”, ou louco. Mas não somos loucos, somos médiuns de incorporação e existem diferenças claras entre loucura e mediunidade.

A pessoa que tem a mediunidade de incorporação latente,adormecida, não lapidada ou mal trabalhada, costuma apresentar alguns sintomas comuns. A grande maioria destes médiuns são muito sensitivos, com uma grande capacidade de sentir o que outras pessoas estão sentindo, de sentir as dores alheias. Mas também podem sentir, ver e ouvir o que os outros não sentem, não veem e não ouvem. É comum que a mediunidade de incorporação seja acompanhada de outros dons mediúnicos.

Nesta realidade imaterial, tudo é energia, subjetivo e sutil, ainda que seja muito real e quase palpável para quem está percebendo oque os outros não percebem.

Alguns pensam que estão ficando loucos por não conseguirem explicar aos outros o que está acontecendo dentro de si, podendo se tornarem pessoas reclusas, introvertidas, estigmatizadas, marcadas e excluídas do convívio social. Se questionam se estão loucos por atraírem para si dores alheias conhecidas e desconhecidas, mas, no fundo, sabem que isto não é loucura e, sim,um fenômeno mal explicado. Grande parte dos médiuns de incorporação tem esta capacidade de atrair, de puxar, a energia que acompanha as pessoas ou os ambientes.

Os sentimentos de dó, piedade e tristeza diante da dor e sofrimento alheio aumentam a capacidade de absorver as energias negativas e enfermiças do outro, o problema é não saber o que fazer com isso depois. Assim,muitos médiuns têm vontade de ajudar e inconscientemente sabem que podem ajudar, no entanto, não sabem como lidar com sua mediunidade e desconhecem recursos e técnicas para lidar com estas situações.

Da mesma forma, estes médiuns evitam encontrar pessoas muito negativas. O resultado é que, depois destes encontros, podem sentir enjoos,moleza pelo corpo, sonolência e outros tipos de mal-estar, como dores de cabeça frequentes e até dores pelo corpo.

Nestes casos, quando procuram os médicos, os seus males não são diagnosticados e suas dores de cabeça não tem origem conhecida. Claro que não podemos confundir sintomas biológicos com desequilíbrios mediúnicos ou mediunidade mal trabalhada.

A grande diferença entre problemas físicos e sintomas mediúnicos é que, com o passar do tempo, o médium sabe que seus males são o resultado de uma situação dentro de um contexto, como encontrar alguém, ir a tal local ou ter passado nervoso.

É comum o médium de incorporação se sentir mal depois de desequilíbrios emocionais. Quando se desequilibra, o médium entra em uma sintonia baixa de vibração e abre seu campo mediúnico, mental e emocional para energias de carga negativa.

Quando está nesta vibração negativa, o médium também acaba sintonizando com espíritos negativos ou negativados como sofredores, espíritos perdidos e/ou revoltados.

O contrário também é verdade. Assim, a pessoa que tem mediunidade de incorporação pode ficar muito vulnerável a influências externas e, às vezes, acabar tendo um comportamento considerado bipolar. Mas a sua mediunidade não deve ser desculpa para este comportamento. O médium deve procurar um equilíbrio interno para não ficar tão sujeito a estas influências externas.A mente deve assumir o controle da mediunidade. Uma pessoa equilibrada e centrada não fica absorvendo cargas de todos os lugares por onde passa, mas caso isso venha a acontecer, não deve se desequilibrar, deve, sim, perceber queestá absorvendo energias negativas e aprender a descarregar-se e encaminhar estas energias. A isto, chamamos de maturidade mediúnica, o quê é resultado de trabalho e educação mediúnica.

Por isso venho, há anos,afirmando que: não basta desenvolver a mediunidade de incorporação, não basta aprender a incorporar espíritos; é fundamental, preciso e necessário passar por uma educação mediúnica, ter cultura mediúnica, estudar e compreender o fenômeno, suas causas e efeitos. É imprescindível um trabalho de autoconhecimento, sentir o que acontece com você e adquirir técnicas para se auto tratar, para se limpar energeticamente, descarregar cargas negativas e encaminhar espíritos que possam estar lhe perturbando.

Por Alexandre Cumino

Publicação no Jornal de Umbanda Sagrada | Ed. 156 | Abril/2013

O MAL DAS FOFOCAS E INTRIGAS DENTRO DE UM TERREIRO DE UMBANDA

A Umbanda é uma religião livre e aberta a todos, ou seja: livre, pois não se prende a uma doutrina exclusiva e restritiva, permitindo a cada ramificação e a cada terreiro, exercerem a sua própria doutrina e seus próprios fundamentos de acordo com seus guias espirituais; aberta, pois recebe a todos sem preconceito de crença, cor, status social ou econômico, ou preferências sexuais.
As casas de Umbanda estão sempre com suas portas abertas a todos, se motivando pela caridade no ajudar ao próximo e na educação moral e espiritual do ser humano.
O “código moral umbandista” se baseia no respeito às diferenças, no respeito a todas as crenças, e a todas as formas de praticar a religião de Umbanda que existem no mundo.
Sem preconceito, a Umbanda acolhe a todos e a todos tem uma palavra de força, de fé de conforto. Porém, os terreiros não são perfeitos, pois o material de trabalho dos Guias e Orixás somos nós, seres humanos que têm defeitos, manias, maus hábitos, defeitos morais e espirituais que os Guias têm de conviver, e, aos poucos, quando a matéria permite modificações, eles as fazem de bom grado, mas sabendo que nem tudo é passível de mudança. Só tempo é com muita paciência e boa vontade (com uma dose de determinação e aceitação do médium) é que as mudanças podem ocorrer (Umbanda não faz milagres, muito menos, os Guias e Orixás).
Um dos piores defeitos morais coletivos que pode existir dentro de um terreiro é a “fofoca”, e, com ela, as intrigas. Se existem fofocas isso demonstra que também existem inveja, ciúmes, vaidades, soberba ... Ou seja, uma série de maus modos que têm como termômetro a fofoca.
Normalmente o “médium fofoqueiro” não faz essa prática por mal. Ele a faz por um vício que traz de casa, do convívio familiar e que não foi corrigido em tenra idade, e que acaba se tornando um vício que persegue a pessoa dentro da própria família, em suas relações pessoais, no trabalho e, infelizmente, dentro de uma casa espiritual (não só nos terreiros de Umbanda, mas nas casas espirituais em geral: Igrejas, Centros Kardecistas, Terreiros de Candomblé etc).
O “médium fofoqueiro”, muitas vezes, não tem ideia do mal que acaba fazendo, pois se torna compulsivo e involuntário nas palavras (a língua acaba sendo mais rápida do que o pensamento racional e moral). Com isso acaba gerando desconforto dentro do ambiente do terreiro, pois finda no jogo cruel e imoral do “jogar uma pessoa” contra as outra, ou outras; amigos contra amigos, irmãos contra irmãos; Pai/Mãe de Santo contra o ou os filhos; os filhos contra o Pai/Mãe de Santo. Ou seja, gera um caos, onde o “médium fofoqueiro” fica olhando e se divertindo com tudo aquilo, sem dar conta do estrago que está fazendo.
As situações podem chegar a um ponto tal que as próprias “entidades” do “médium fofoqueiro” passam a absorver esse mal, ou o médium passa a ser anímico a tal ponto que suas “entidades” passam a também fazer fofocas, tais como: “tem uma pessoa aqui no terreiro que diz ser sua amiga, mas que vai te passar a perna”; “você deveria tomar cuidado, pois tem gente aqui dentro de olho no(a) seu(ua) homem/mulher”; “o cavalo de fulano fez aquelas obrigações, mas o seu não faz ...”.
Essas situações são terríveis e acabam marcando o próprio médium, e, sem dizer, as suas “entidades”, pois acabam, ele/ela e as entidades, perdendo a credibilidade, a confiança. Nesse ponto, onde antes havia “o veneno pernicioso da fofoca” gerado pelo médium, ele acaba colhendo o próprio fel que plantou. Caindo em desgraça diante dos irmãos e da própria assistência, fazendo com que o Guia chefe da casa ou o próprio sacerdote chefe, acabe tendo que tomar medidas drásticas, como: a suspensão, a bronca pública ou mesmo a expulsão do médium do terreiro.
Porém, como lidar para que as coisas não cheguem a um ponto extremo de ter que expulsar um “médium fofoqueiro” de um Terreiro?
Inicialmente as queixas devem ser levadas ao Guia chefe da casa e/ou ao Sacerdote de comando do Terreiro, para que ele possa avaliar essas queixas. Caso as mesmas sejam pertinentes, o “médium fofoqueiro” deve ser chamado, tendo em vista que a pessoa não faz essa prática por ser ruim, mas porque tem problemas diversos (baixa estima; ciúmes inexplicáveis; é muito possessiva e não aceita dividir ou ter perdas; problemas de relacionamento em casa: marido, pais ou filhos; é uma pessoa, muitas vezes, amarga com a vida e com as pessoas em volta dela, frustrada nos relacionamentos pessoais, nos relacionamentos familiares, no trabalho ou com sua própria aparência etc). Assim deve-se tem muito tato para conversar com o médium para que ele não se sinta perseguido ou constrangido (Normalmente o “médium fofoqueiro” e uma pessoa que se sente perseguida diante de qualquer problema, principalmente dentro daqueles que ela tenha provocado – isso é uma forma de autoproteção ou fuga do problema. Também se sente constrangido por qualquer motivo e diz, gaguejando, que não foi ele/ela colocando a culpa em outrem ou em ciúmes e invejas; chora copiosamente ou, em casos de fuga, se deixa receber um kiumba que diz que “vai levar, foi trabalho mandado ou algo do gênero”, fazendo muito estardalhaço e sendo agressivo). No todo a conversa deve ser franca é concentrada no problema colocado e se a pessoa tem idéia do que fez, buscando-se sempre os motivos (coerentes ou não).
O “médium fofoqueiro” deve entender que aquele tipo de prática não pode existir dentro do terreiro, ficando claro que punições são cabíveis a esse tipo de prática, podendo chegar à expulsão. Caso as coisas tenham ido para o lado dos Guias do “médium fofoqueiro”, os mesmos devem ser convocados e chamados à atenção, pois não estão cuidando do “cavalo” devidamente, e, acima de tudo, estão permitindo o animismo e a falsa espiritualidade residirem no médium.
O sacerdote também deve buscar saber o estado espiritual e mental do médium para que ele possa ser tratado e/ou cuidado (se for espiritual no espiritual, o Guia chefe da casa deve ser consultado para ver o que pode ser feito em termos de descargas, banhos, oferendas e/ou obrigações; se for no material/mental, deve-se indicar um Guia da casa para acompanhar o médium, e, dependendo da gravidade do problema, um psicólogo, terapeuta ou mesmo um psiquiatra, deve ser recomendado).
O “médium fofoqueiro” deve ser sempre monitorado até que os problemas sejam sanados, e o bem estar volte à comunidade como um todo.
O trabalho espiritual é constante e não adianta acreditar que as coisas irão se resolver sozinhas ou pelo Astral Superior. Esse é um pensamento muito comodista, pois as coisas dos homens, em geral, são resolvidas pelos próprios homens ou com apoio e intervenção da espiritualidade através dos Guias. Se as coisas são deixadas de lado por medos vários, elas tendem a crescer a um ponto do insuportável, onde acabamos tomando medidas ou posicionamentos extremos, onde poderíamos ter uma ação mais preventiva ou pró-ativa para evitar ou sanar os problemas.
E por falar em Fofoca ou Maledicência gostaria de esclarecer que é o ato de falar mal das pessoas. Definição bem amena para um dos maiores flagelos da Humanidade. Mais terrível do que uma agressão física. Muito mais do que o corpo, fere a dignidade humana, conspurca reputações, destrói existências. Mais insidiosa do que uma epidemia, na forma de boato – eu “ouvi dizer” – alastra-se como rastilho de pólvora. Arma perigosa, está ao alcance de qualquer pessoa, em qualquer idade, e é muito fácil usá-la: basta ter um pouco de maldade no coração.
Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros. Diminuir o valor dos outros dá ao maledicente a grata ilusão de aumentar o próprio valor. A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros. Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz. São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
Tribunal corrupto, nele o réu está, invariavelmente, ausente. É acusado, julgado e condenado, sem direito de defesa, sem contestação, sem misericórdia.
De todos os males que afligem uma Casa Umbandista, o pior de todos é a maledicência, popularmente conhecida como fofoca.
"Você viu fulana? Vem aqui no Terreiro só pra olhar a vida dos outros."
"É mesmo. Detesto gente assim"
"E sicrana? Você viu a roupa que ela está usando? Horrorosa."
Em todo terreiro a conversa se repete. Quem nunca fez um comentário malicioso sobre um irmão de santo?
Embora possam parecer inofensivos, esses comentários de canto de boca acabam prejudicando a todos e principalmente a Gira. Sem falar na corrente que fica totalmente enfraquecida.
A fofoca é sempre negativa. Não existe fofoca boa. Quase sempre ela é motivada pela inveja. Ela rouba a energia, tempo e o axé do terreiro, conquistado com tanto sacrifício.
É usada geralmente pelas pessoas mal sucedidas na vida, seja no campo material ou no espiritual. A pessoa de sucesso não está preocupada em criticar os outros. Esta focada na realização e não na opinião.
Não é só na Umbanda que ela está presente. Está presente em todas as outras religiões. E também em outros setores da vida social: no trabalho, na escola, na família, etc.
Os estragos que ela trás podem ser irrecuperáveis, por isso é obrigação de todos cuidar para que ela acebe ou pelo menos seja minimizada.
O primeiro passo, se você não quer ser alvo disso, é abster-se de emitir comentários a respeito de outras pessoas. É a tal história: se cada um fizer a sua parte.
Mas não temos como controlar a língua do outro. Mas nem por isso devemos retransmitir o que eles pensam. Assim sendo, evite de se prestar ao trabalho de "mensageiro de fofocas": se ouviu, entra por um ouvido e sai pelo outro, ou seja, esqueça!

Deixo por isso um pequeno trecho de uma história passada com o conhecido Filosofo Sócrates:

As três Peneiras
A história que passamos abaixo é de um dos homens mais cultuados pela humanidade desde que deixou o planeta. A sabedoria é milenar e nós como eternos aprendizes concordamos com essa sabedoria e seus compiladores, que para os Guerreiros da Luz, são os ILUMINADOS
Um rapaz procurou Sócrates e disse que precisava contar-lhe algo.
Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:
- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Três peneiras?
- Sim. A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido contar, a coisa deve morrer aí mesmo. Suponhamos então que seja verdade.
Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo?
Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta e, arremata Sócrates:
-Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão nos beneficiaremos. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre irmãos, colegas do planeta.
Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz.
Não esqueça!
PESSOAS MEDÍOCRES FALAM SOBRE PESSOAS!
PESSOAS COMUNS FALAM SOBRE COISAS!
PESSOAS INTELIGENTES FALAM SOBRE IDÉIAS!
(SÓCRATES)

Fonte: https://m.facebook.com/terreiroxango/posts/360434390737371

MEDIUNIDADE: Um passo de cada vez


O desenvolvimento mediúnico é como o desabrochar de uma flor: um fenômeno sutil,que acontece dia a dia, sem milagres ou grandes saltos em sua evolução.
Desenvolver a mediunidade é um processo que começa interiormente, buscando a melhora íntima e o desenvolvimento das virtudes superiores, pois apenas através delas, acessa-se o padrão de sintonia ideal com os bondosos mensageiros que a Luz envia.Mediunidade não é um bem para envaidecer-se, nem uma atividade que tem como objetivo matar o tempo ocioso dentro da matéria. 
É sim, um trabalho sério, que exige disciplina e maturidade, compaixão e carinho, para que o trabalho não se perca nas áridas ilusões do materialismo exacerbado.
Todo servidor mediúnico é uma ponte de ligação entre os planos mais sutis e a matéria. É uma porta de acesso. 
Mas, caso essa porta seja aberta, o que transitará por ela? Em verdade, o médium antes de ser elemento passivo na comunicação espiritual, é elemento ativo no processo de sintonia com as forças superiores. 
A manifestação mediúnica é impressa sobre o conteúdo anímico que todo médium traz, em sua mente e em seu coração.
Por isso o grande esforço dos mensageiros da luz, para que antes das faculdades mediúnicas desabrocharem por completo, o médium passe por um período longo de desenvolvimento, onde suas capacidades acompanharão a própria evolução internada alma, predisposta ao trabalho de intercâmbio espiritual. 
A todos esses irmãos, que buscam na mediunidade, uma oportunidade de trabalho redentor,deixamos os seguintes conselhos:
- Utilizem-se sempre da palavra amiga, para que a psicofonia reflita os sentimentos trazidos no coração.
- Tenham olhos bondosos, que antes de procurar os defeitos alheios,sirvam para a compreensão dos próprios erros, fazendo da clarividência uma ferramenta para o auto conhecimento.
- Santifiquem suas mãos com o trabalho honesto e edificante, para que elas possam trazer, através da psicografia, as palavras do mais alto.
- Façam com que suas atividades diárias sejam norteadas pelo bom-senso e pela alegria, aumentando a lucidez fora do corpo, quando das excursões noturnas enquanto o corpo físico descansa.
- Escolham bem as conversações as quais participam, para que seus ouvidos possam ouvir o sutil.
- Cultivem pensamentos elevados e carinhosos em relação ao semelhante,para que a intuição flua, como um rio de bênçãos, a cair do altíssimo.
- Não julguem com maldade e extremo rigor as manifestações mediúnicas do próximo,para que não sejam traídos pelo animismo não edificante. Lembrem-seque o mesmo rigor, descaso e sarcasmo destinado ao irmão, um dia poderá ser destinado a vocês.
- Estudem, leiam e se instruam, mas não se envaideçam, pois os verdadeiros tesouros espirituais trazemos no coração.
- Cuidado com o mau-humor. Ele acaba com qualquer tentativa de contato espiritual elevado. Manter-se sereno e equilibrado perante as pelejas do dia adia é a maior prova de espiritualização que o ser pode dar.
- Sejam simples. Não busquem o fenômeno ou o “show mediúnico”. Busquem sim, o esclarecimento, os ensinamentos elevados, o consolo e a fraternidade com os irmãos mais necessitados.
- Cuidado com os excessos, trilhem o caminho do equilíbrio, para que suas companhias espirituais também sejam equilibradas.
- Façam da oração uma manifestação de fé e confiança verdadeira nas forças celestes, para que o amparado delas nunca falte.
- Não se martirizem, nem se tenham como pecadores. Ninguém é perfeito,todos temos acertos e erros, débitos e créditos. Trabalhem e perseverem. 
-Sejam críticos, mas não exagerem. Melhore na medida do possível e não se cobre uma postura impossível em relação à vida.Cada um tem o que merece. Aceitem suas vidas, suas dificuldades, seus problemas,pois eles estão aí por única e exclusiva responsabilidade sua.
Por último, confiem mais em si mesmos. Não desanimem com a aparente falta de evolução em relação a mediunidade. Como dito anteriormente, o processo é lento,sem saltos ou rápidas transformações. Um passo de cada vez. O caminho é longo, mas todos temos a eternidade...

Um Espírito Amigo.
Recebido mediunicamente por Fernando Sepe.