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Quadra 1, lote 1, Residencial Don Bosco, Cidade Ocidental. Veja como como chegar aqui.

Lembrete de Exu

“O projeto de vida que desenvolveis neste plano terreno é o espelho daquilo que te aguarda do outro lado. Sejas fiel aos bons costumes e às boas ações que te aguardo para um plano de evolução, sejas maldoso e pústula que também te aguardarei para um plano destinado a ti.

Sois o que pensas e mudas o que queres, abre teu olho e o teu coração enquanto é tempo e pense bem antes de usar o nome EXU, pois ai daquele que usa meu nome em vão.”

Exu Caveira

Através de Pai Marco Caraccio em 30/08/2009

A importância do estudo na Umbanda.

Assim como ao futuro acadêmico, ao engenheiro e ao médico, assim como em outras profissões, compete iniciar seus estudos quando criança pela cartilha primária, sendo alfabetizado, posteriormente aprendendo os conhecimentos básicos que o permitirá tentar no futuro os estudos mais complexos de uma determinada profissão, ao umbandista/médium, é necessário também começar o seu desenvolvimento religioso pelas lições básicas da Umbanda.

O homem pode formar-se médico, advogado, chegar a ser um doutor, mas ele sempre terá começado pela alfabetização, pelo básico, e mesmo as profissões mais singelas, hoje são dotadas de cursos profissionalizantes baseados em conhecimentos técnicos a fim de orientar as experimentações mais comuns.

Eliminamos as indecisões, os equívocos e os transtornos comuns das tentativas empíricas sem métodos quando preparados pelo estudo teórico e prático orientado por um profundo conhecedor do assunto, sensato e experimentado.

Na Umbanda, para sermos bons umbandistas/médiuns, o estudo teórico e prático orientado nos proporciona conhecer a história, os rituais, a disciplina, a hierarquia, as sensações e percepções envolvidas no dia a dia e no trabalho umbandista.

O estudo afasta o medo, a censura, o sarcasmo, o senso de ridículo, pois nos proporciona entender como tudo acontece, dentro e fora de um terreiro.

O estudo nos proporciona êxito em nossas atividades a favor do próximo e, principalmente, a favor de nós mesmos.

O êxito está proporcionalmente ligado ao equilíbrio moral e emocional, fruto da disciplina, do autoconhecimento, da fé e da entrega do umbandista.

Só chegamos ao preparo necessário aprendendo a amar nossa religião.
Para amá-la precisamos entendê-la.
Para entendê-la precisamos estudá-la.

Assim como não confiaríamos nossa saúde a alguém que não tenha estudado por longos anos e se formado médico, é claro que também não poderíamos confiar na capacidade, na segurança e no entendimento de qualquer umbandista/médium que ignore a necessidade primária de estudar e entender sua religião.

por André Gonçalves Santos - andre.gsantos@uol.com.br

Sintomas de Mediunidade

Manoel P. de Miranda (espírito)

A mediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.

À medida que se aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a embrionária percepção extrafísica, ensejando o surgimento natural da mediunidade.

Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.

Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenômenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.

Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação da personalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objeto.

Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios da mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas. Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono – insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada. No comportamento psicológico, ainda apresentam-se: ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais – sombras e vultos, vozes e toques – que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos – encarnado e desencarnado – se viram envolvidos.

Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença de faculdade mediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.

Nem todos os indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer a faculdade de que são portadores. Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimentos revertido.

Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exige conhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que se encarregarão de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.

Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.

Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta a psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o autodescobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrentes das experiências infelizes de ontem como de hoje.

O esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores otimistas e positivos que se encontram no bojo do Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.

Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo de crescimento espiritual ocorre por meio dos fatores que constituem a argamassa celular, sempre passível de enfermidades, de desconsertos, de problemas que fazem parte da psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.

A mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.

A mediunidade, portanto, não é um transtorno do organismo. O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados ou, quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.

Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos – o físico e o espiritual – proporciona a captação de energias cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.

Nesse capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afetando o imunológico, facultando campo para a instalação de bactérias e vírus destrutivos.

A correta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.

É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evolução pessoal.

Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem haurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.

Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.

(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 10 de julho de 2000, em Paramirim, Bahia).

SACERDÓCIO NÃO É PROFISSÃO

Não nos agrada abordar assunto de tamanha gravi-dade, que, infelizmente, tem tomado proporções pe-rigosas dentro do Movimento Umbandista, por con-ta de alguns ditos médiuns. No entanto, premidos pela imperiosa necessidade de alertarmos e orientar-mos médiuns e assistentes a não serem vítimas de elementos de caráter duvidoso, que tentam contami-nar nossa religião de fé, é que passamos a discorrer sobre o presente tema. Sabemos que a mediunidade, seja ela de incorporação, de transporte, psicográfica e outras mais, é uma faculdade ofertada pelo Cria-dor, antes mesmo de reencarnarmos, com os fins es-pecíficos de servirmos de instrumentos à missão dos espíritos; para acelerarmos nosso progresso espiri-tual através da caridade; e também para que nossos amigos Caboclos, Pretos-Velhos, Exus e Crianças possam subir os degraus da escala espírito-evolu-tiva. Deste modo, a mediunidade constitui-se em um modo de nos redimirmos de faltas pretéritas (mediu-nidade expiatória); de alcançarmos progresso espiri-tual individual (mediunidade evolutiva); e, de igual forma, cumprirmos metas frente a uma determinada coletividade e conseqüente progresso espiritual da humanidade (mediunidade missionária). Neste sen-tido, a faculdade mediúnica tem como um de seus atributos maiores o “dar de graça o que de graça foi recebido”,vale dizer, sermos veículos gratuitos de ação dos bons espíritos para auxílio ao próximo, encarnados ou não, assim como a mediunidade nos foi concedida por Deus para nos auxiliar em nossa jornada. A partir daí, observamos que o médium deve imbuir-se dos mais nobres sentimentos exis-tentes e dedicar-se desinteressadamente a amparar e orientar aqueles que, por razões diversas, não con-seguem, sozinhos, suplantar suas angustias e sofri-mentos. E nada mais salutar do que vermos um ir-mão outrora combalido pelas intempéries terrenas, levantar-se espiritualmente e retomar seu caminho, de cabeça em pé, seguindo as diretrizes do Plano Astral Superior. Fica claro então que a mediunidade jamais poderá ser exercida como profissão, onde o vil metal eleva-se como fator preponderante, rele-gando-se a segundo plano o fim caritativo de tal ati-vidade. Com dissabor, ainda detectamos em alguns templos umbandistas pessoas que encaram a mediu-nidade, não como forma de alimentação espiritual à almas doentes, mas sim como meio de sustento de seus próprios interesses. Estes, devido ao seu des-virtuamento comportamental, ficam preocupados a atentos somente com o que é arrecadado durante uma gira ou sessão, ou a cobrar por consultas aos espíritos. Certamente, quem desta maneira age, atrai para si, consoante a Lei de Afinidade, espíritos ava-rentos, com cobiça, apegados ainda à moeda terrena. E o resultado é previsível. Longe de nós sermos contra o pagamento de mensalidades para a manu-tenção das instalações do espaço de caridade. Não nos opomos também ao funcionamento de cantinas. Mas, daí a fazerem uso do numerário arrecadado pa-ra sustento próprio, vai uma grande diferença.

Mais vale vender balas em trem, churrasqui-nhos na rua, que constituem-se em atividades tão honestas e nobres como outras, do que va-ler-se da bondade, do desespero e da fé das pes-soas para seu próprio sustento, de base imoral e ilegítima. Reflitam, umbandistas!!!

Jornal Umbanda Hoje

Firmeza de um Terreiro

Muito se tem ouvido falar nos meios umbandistas com relação às firmezas necessárias para um bom andamento dos trabalhos num terreiro de Umbanda.
Logicamente que toda parte ritualística de uma Casa tem razão e função de ser, uma vez que a própria Umbanda tem fundamentos e é preciso preparar os mesmos como é falado em uma curimba de defumação.
Porém, além das firmezas materiais que estão ligadas aos elementos de trabalho dos Orixás, Guias e Entidades e que são catalisadoras das energias necessárias para esses trabalhos, ora servindo como força agregadora de energias positivas, ora desagregando as negativas, há outra firmeza de fundamental importância.
E qual seria essa firmeza?
A firmeza que me refiro meus filhos é a firmeza interior de cada médium de Umbanda.
Mas como se dá essa firmeza?
Se dá através da humildade, do exercício do amor ao próximo e da caridade prestada sem pedir ou esperar nada em troca.
A firmeza interior trabalhada na humildade permite ao médium o esclarecimento de que ele não sabe tudo, que sempre estará em aprendizado pois a Espiritualidade por mais que ensine ainda não deu a palavra final. Dessa forma o médium sempre estará acrescentando ao seu aprendizado ensinamentos novos, iniciando-se assim para ele sempre novas etapas, que devem ser ultrapassadas com muito respeito, amor, dedicação, renúncia e fé.
A firmeza interior pautada no exercício do amor ao próximo fará o médium se ver novamente no lugar do outro que chega na Casa em busca de ajuda, auxílio, esclarecimento e compreensão como o próprio médium chegou um dia.
A firmeza originada na caridade fará o médium entender que não deve julgar quem quer que seja e que muitas vezes ele sofrerá ingratidão e descrédito por parte de algumas pessoas ao verem seus pedidos negados pelas entidades de Umbanda que não barganham e nem trabalham contra as Leis de Deus.
Se hoje meus filhos já caminharam mais um pouquinho, mais motivos tem para buscar o exercício dessa firmeza interior.
Ser médium dentro do templo é muito fácil! O difícil é colocar-se como médium no dia-a-dia onde a sociedade pede muitas vezes uma postura não tão condizente com os ensinamentos de paz, amor e fraternidade deixados pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.
Lembrem-se filhos de fé, é através de vossas atitudes que o templo do qual você faz parte será representado, é através das vossas condutas que a Umbanda será mostrada a outras pessoas.
Médium, sinônimo de ponte, meio, instrumento. Que o médium de Umbanda seja um instrumento dócil nas mãos de Pai Oxalá para que assim as bênçãos de amor e luz possam se fazer na Terra.

fonte:http://www.tuct.com.br/Site/artigos1.php?id=41&layout=2

Os Três da Criação

Rubens Saraceni

TEXTO INÉDITO!!!

Em um livro de nossa autoria (O Li­vro das Velas) começamos a mostrar as irradiações das chamas das velas e as denominamos de ondas vibratórias.

Em outros dos nossos livros, abri­mos um pouco mais o Mistério das Vi­brações Divinas e tudo foi assumindo forma.

Chegamos a comparar as ondas vi­bratórias aos genes, pois tal como eles, elas têm funções e realizam ações específi­cas na criação, porque ca­da mo­delo de onda transporta uma ener­gia es­pe­cífica que é capaz de realizar um trabalho só seu.

Sempre de forma didática e prá­tica, desen­vol­vemos comentá­rios so­bre as ondas vibrató­rias e a energia trans­portada por cada uma delas de­no­minando-as de “Fatores de Deus”.

Em vários livros de nos­­­sa autoria os fatores são nomea­dos com o no­me de verbos, assim como são classi­fi­cadas as ondas vibra­tó­rias, tornando fá­cil o entendimento de tão complexo mistério de Deus.

Os mistérios das ondas vibrató­ri­as e dos fatores de Deus, guardadas as diferenças, são tão complexos quan­­to a física e a química, estudadas no plano material.

Física:

Para as “ondas vibrató­rias”.

Química:

Para os “fatores de Deus”.

Observem que os físicos e os quí­mi­­cos vêm desenvolvendo o conheci­mento humano de forma maravilhosa e, de tempo em tempo, surpreendem a humanidade com a descoberta de leis e princípios que tanto respondem a muitas indagações, como imediata­men­te são aplicadas na vida criando novos conhecimentos e novos produ­tos.

Assim, o sobrenatural vai cedendo seu lugar ao natural porque se tornou compreensível e foi colocado sob de­ter­minado controle (o da ciência).

Mas, se assim tem acontecido com todas as ciências acadêmicas terrenas, o mesmo não se aplicava com as coisas religiosas e magísticas, sempre relega­das ao sobrenatural.

No nosso modelo de abordagem e de comentários sobre o universo divi­no, o natural, o espiritual e o magístico é racional e aos poucos vem delinean­do-os sob uma nova visão ou ângulo de observação.

Quando alguém dizia que tal folha ou erva é de um orixá e se perguntado porque ela é desse orixá e não de ou­tro, e ouvimos como resposta que ela é dele porque é, pois foram os “mais velhos” que ensinaram isso, fica­va uma fresta para a dúvida, porque faltava toda uma explicação que se justifica tal afirmativa.

Pacientemente, e de livro em livro, toda uma ciência e um modelo explica­tivo foi tomando forma e criando um mo­delo racional fundamentador das afir­mações corretas, dos nossos “mais velhos” que, se eram verdadeiras, no en­tanto, sofriam pela falta de um “mo­de­lo explicativo e fundamenta­dor”.

Quando, após a publicação de vários livros teóricos e didáticos, toda uma ciência divina delineou-se tudo foi sendo explicado e fundamentado.

Então, chegamos a um modelo padrão que responde à maioria das perguntas e funda­men­ta quase tudo o que está na Umban­da, e o que se usa nos trabalhos espirituais e magísti­cos dentro e fora dos seus centros.

O modelo é este:

- Olorum (Deus) é o princípio de tudo e es­tá em tudo o que criou e ge­rou de si. Como Deus criou e ge­rou tudo, Ele é o prin­cípio de tudo e tudo se inicia Nele.

Porque tudo se inicia em Deus en­tão tudo tem seu princípio e está fun­da­mentado Nele. Logo, tudo tem seu princípio criador e gerador.

Esse princípio criador-gerador que cada uma das coisas criadas por Deus traz em si, distingue-a e diferencia-a de todas as outras e dá-lhe uma indivi­dualização que facilita sua identi­fica­ção, sua classificação e sua deno­mi­nação.

– Nós, os seres racionais, em nos­so planeta e em seu lado material, nos iden­­tificamos como humanos, nos clas­si­­ficamos como mamíferos e nos de­no­­mi­namos como seres humanos, sepa­rando-nos de outras espécies cria­­das por Deus em outros dos seus prin­­cípios criadores-geradores.

O que justifica essa afirmação é o fato de seres humanos só gerarem se­­res humanos, só bovinos gerarem bo­vinos, só eqüinos gerarem eqüinos, etc., entre os mamíferos, mas de espé­cies diferentes.

– Já entre os vegetais, que tam­bém têm seus princípios criadores-ge­radores específicos e fundamentados em Deus (pois todos concordamos que ele criou e gerou tudo), eles também têm suas identidades próprias e uns são classificados como pertencentes a uma espécie e outras a outras.

Observação: “Aqui não usaremos os nomes científicos e sim os populares para nomearmos tudo e todos”.

Porque cada espécie vegetal tem seu princípio criador-gerador em De­us, elas também têm suas identidades e individualidades que as distinguem entre si.

– Também, se observarmos os mi­nérios e as rochas veremos que cada es­pécie tem seu princípio criador-gerador específico que a individualiza e a identifica separando-a das outras espécies.

– O mesmo ocorre com as aves, com os peixes, com os répteis, com os …, etc.

E cada coisa criada e gerada por Deus traz em si seu princípio criador-gerador que tanto a identifica, a clas­sifica e a denomina, individualizando-a, assim como a impede de, a partir de si, criar e gerar outras coisas ou ou­tras espécies.

Com isso a criação e o geracio­nis­mo original e fundamentado em Deus está garantido, não se desvirtuando e não degenerando nada e ninguém.

– O conservacionismo é um dos princípios existentes em Deus.

O nosso modelo contempla três estados para tudo o que Deus criou e gerou:

• Estado divino

• Estado espiritual

• Estado natural

No estado divino tudo é divino. No estado espiritual tudo é espiritual. No estado natural tudo é natural.

O que é divino mostra-se como divino. O que é espiritual mostra-se como espiritual. O que é natural mostra-se como natural.

– Tudo o que existe em um dos es­tados das coisas cria­das e geradas por Deus também existe nos outros do­is esta­dos, mas já se mostran­do no es­tado em que se encontra.

A partir daí, en­tão, só há um me­smo princí­pio que cria, ge­ra e dá sus­ten­tação a uma coi­sa (uma es­pé­cie) no seu estado di­vino, no espiritual e no natural, pois a razão e a lógica nos faz crer que não poderia ha­ver três prin­cípios (um para ca­da estado) para uma mesma es­pécie, porque aí não man­teriam a corres­pon­dência identifi­ca­tória, classificatória e denominativa.

E, finalmente chegamos a essa afir­mativa: – Deus é único e é em si o princípio de tudo.

– Tudo, por ter origem em Deus e por ter sido criado e gerado em um prin­­cípio específico, o traz em si e tan­to tem sua individualização susten­tada por Ele, como pode ser identi­ficado, classificado e denominado por Ele.

– E, porque tudo se mostra nos três estados, mas cada coisa gerada e criada por Deus o é em um princípio úni­co, então um único e específico prin­­cípio sustenta, identifica, classifica e nomeia cada coisa (espécie) nos se­us três estados (o divino, o espiritual e o natural).

– Logo, o que encontramos, iden­ti­fi­camos, individualizamos, classifica­mos e nomeamos em um dos três estados da criação também existe nos seus dois outros estados, ainda que, por nos encontrarmos em um deles, os outros dois não nos sejam visuali­záveis ou acessíveis.

E, como tudo tem sua origem e seu princípio sustentador em Deus a unidade é mantida, pois é uma espécie não gera outra, mas só a sua, man­ten­do-se única na Criação.

Daí, com essa forma de identifica­ção, classificação e denominação en­ten­dida, basta recorrermos a um mo­delo cientifico para agruparmos e no­me­ar­mos as coisas criadas e geradas por Deus, para chegarmos aos princí­pios gerais ou universais e aos princí­pios específicos e limitados a uma es­pécie.

– Como cada espécie de vegetal tem seu princípio criador-gerador es­pe­cí­fi­co, mas todos são classificados como vegetais, então temos um princí­pio geral e universal, sustentador de todos os princípios específicos vege­tais que os individualizam, os classifi­cam e os nomeiam.

– E o mesmo acontece com os mi­né­rios, rochas, aves, peixes, etc.

Logo, ao invés de estudarmos De­us através de muitos princípios especí­fi­cos, o nosso modelo recomenda fazê-lo a partir dos princípios gerais e uni­versais.

E, como a Umban­da é regida pelo Sete­nário Sagrado, nos afi­xa­mos em se­te princí­pios gerais e universais sus­ten­tadores do que se mostra aos nos­sos olhos na natureza ter­res­tre (o es­ta­do natu­ral) em seu lado mate­rial.

– Temos um princí­pio vegetal sus­ten­tan­do os vegetais.

– Temos um princí­pio mineral sus­tentado os minerais, etc.

Daí englobamos tudo em sete prin­cí­pios gerais e universais, que são es­tes:

• Princípio cristalino

• Princípio mineral

• Princípio vegetal

• Princípio ígneo

• Princípio eólico

• Princípio telúrico

• Princípio aquático

Esses sete princípios englobam tu­do o que se mostra em seu estado na­tural e conseguimos identificar, clas­si­ficar e nomear cada coisa (ou espé­cie) criada e gerada por Deus nesse estado.

• Os cristais, individualizados, for­mam a natureza em sua parte crista­lina.

• Os minérios formam a parte mi­neral da natureza.

• Os vegetais formam a parte ve­getal da natureza.

• As temperaturas das coisas for­mam a parte ígnea da natureza.

• Os gases formam a parte eólica da natureza.

• Os solos formam a parte terrena da natureza.

• Os líquidos formam a parte aquo­sa da natureza.

Esses sete princípios gerais e uni­ver­sais são os sete princípios criado­res-geradores existentes em Deus pa­ra o estado natural, que estão no Sete­nário Sagrado.

E, como tudo que se encontra em um estado (aqui, o natural) encontra-se nos outros dois, mas mostra-se em acordo com eles, e mantêm-se susten­tados pelos mesmos princípios gerais e específicos, então basta transpor­mos esse Setenário Sagrado para o estado espiritual que encontraremos pes­soas, animais, aves, répteis e etc (que são seres espirituais) sustenta­dos por esses sete princípios gerais e universais. Nós os denominamos dessa forma:

• Seres ou espécies

espirituais cristalinos

• Seres ou espécies

espirituais minerais.

• Seres ou espécies

espirituais vegetais.

• Seres ou espécies

espirituais ígneos.

• Seres ou espécies

espirituais eólicos

• Seres ou espécies

espirituais terrenos

• Seres ou espécies

espirituais aquáticos

Mas, como para cada estado, ca­da coisa tem sua forma de mostrar-se, ainda que o seu princípio geral e único seja o mesmo, então transfor­mamos gradativamente o modelo na­tural, para os sentidos da vida, tam­bém englobados pelo Setenário Sa­gra­do, e que são estes:

• Sentido da Fé à princípio criador, gerador e sustentador dos cristais ou das rochas.

• Sentido do Amor à princípio criador, gerador e sustentador dos minerais.

• Sentido do Conhecimento à princípio criador, gerador e susten­tador dos vegetais.

• Sentido da Razão ou da Justiça à princípio criador, gerador e susten­ta­dor das temperaturas.

• Sentido do Caráter ou da Lei à prin­cípio criador, gerador e susten­tador da ordem.

• Sentido da Sabedoria ou da Evo­­lução à princípio criador, gera­dor e sustentador da evolução das espécies e das passagens de um es­tado para outro.

• Sentido da Criação e da Gera­ção à princípio criador, gerador e sustentador da multiplicação das espécies.

Nos seres humanos, essa trans­po­si­ção do que existe e se mostra no es­tado natural, gerou arquétipos físi­cos e psicológicos, sendo que aqui da­re­mos só o segundo, pois o primeiro já é de conhecimento geral.

• Sentido da Fé à seres religiosos;

• Sentido do Amor à seres agregadores

• Sentido do Conhecimento à seres expansores

• Sentido da Justiça à seres equilibradores

• Sentido da Lei à seres ordenadores

• Sentido da Evolução à seres transmutadores

• Sentido da geração à seres geracionistas

A partir do esta­bele­cimento de um mo­delo analógico, passa­mos a recorrer à ana­logia para identificar­mos as coisas e seus princípios cria­dores-geradores-sustentadores-iden­tificadores-classi­fi­ca­dores-nomea­dores. Até aqui temos isto:

Fé – Religiosidade – Cristais

Amor – União – Minerais

Conhecimento – Expansão – Vegetais

Justiça – Equilíbrio – Temperaturas

Lei – Ordem – Gases

Evolução – Transmutação – Terras

Geração – Geracionismo – Águas

Essa correspondência analógica nos mostra sete sentidos, sete aspec­tos dos seres e sete elementos da na­tu­reza terrestre.

Como tudo o que se mostra no es­­tado natural também se mostra nos ou­tros dois ainda que em acordo com o estado onde está se mostrando, en­tão podemos transpor esses sete sen­tidos para o estado divino da criação, que encontraremos seres divinos que também se adaptam a ele e nos permi­tem identificá-los, classificá-los e no­meá-los.

• No estado natural temos os ele­mentos formadores da natureza ter­res­tre: cristal, mineral, vegetal, fogo, ar, terra e água.

• No estado espiritual temos os es­­pí­ritos associados aos elementos atra­­vés dos sentidos: da fé, do amor, do conhecimento, da justiça, da lei, da evolução e da geração.

• No estado divino temos os sete mistérios maiores sustentadores da vi­da, que nos permitem associá-los aos poderes emanados por Deus e nos per­mitem identificar, classificar e no­mear suas divindades regentes:

• Mistério da Fé

Divindade da Fé

• Mistério do Amor

Divindade do Amor

• Mistério do Conhecimento

Divindade do Conhecimento

• Mistério da Justiça

Divindade da Justiça

• Mistério da Lei

Divindade da Lei

• Mistério da Evolução

Divindade da Evolução

• Mistério da Geração

Divindade da Geração

Estas divindades-mistérios podem ser identificadas, classificadas e no­mea­das, mas só através do estado na­tural, porque nele suas vibrações divinas estão dando sustentação à for­mação e manutenção dos ele­mentos, e que tam­bém são os captado­res, os absor­vedores, os concen­tra­dores, os conden­sadores e os irradia­do­res dela para os seres e para os meios.

– Como as vibra­ções de uma divin­dade-mistério, que é em si uma mani­fes­tação de Deus e rege um dos sete sentidos da vida, quando en­tram no estado natu­ral da criação fazem surgir um dos sete ele­men­tos, que as cap­tam e as irradiam para os seres e para os meios, então, por analogia, temos como identificar, classificar e nomear cada uma delas, que são estas:

• Irradiação da Fé

• Irradiação do Amor

• Irradiação do Conhecimento

• Irradiação da Justiça

• Irradiação da Lei

• Irradiação da Evolução

• Irradiação da Geração

Daí, como os meios naturais se mostram energeticamente de várias formas, gerando meios diferentes, foi preciso estudar aqueles onde cada uma dessas irradiações mais se desta­cavam e mais facilmente podiam ser estudadas.

Isso, essa necessidade nos levou às dimensões elemen­­tais, onde o ele­mento resultante da vibração divina pre­do­­minam e identifi­cam, classificam e no­meiam cada uma de­las, ao que ne­las exis­­te, aos seres que ne­las vivem e às suas di­vindades naturais regen­tes.

• O estado divino da criação nos é in­vi­sível e, por ser um es­tado pura­mente men­­tal, nos é inacessível.

• O estado na­tu­ral da criação, por ser energético, mag­­né­­ti­co, vibrató­rio e ele­men­tal tanto nos é vi­sível quanto acessí­vel.

Daí, foi só um passo adentrarmos nas di­mensões elementais bá­sicas e identificar­mos, classificarmos e no­­me­ar­mos tudo e to­dos, a partir do nosso en­tendimento espiri­tual.

Com um modelo analógico pronto tudo ficou fácil e resultou numa tabela comprovável.

Com esta tabela, uma correspon­dên­cia pode ser estabelecida, bastou su­bstituir os nomes das divindades mis­té­rios por orixás para surgir um pan­­teão divino que nos é com­preen­dido e que, no estado natural pode ser visualizado e descrito:

• Divindade-mistério da Fé

à Orixás da Fé

• Divindade-mistério do Amor

à Orixás do Amor

• Divindade-mistério do Conhecimento à Orixás

do Conhecimento

• Divindade-mistério da Justiça

à Orixás da Justiça

• Divindade-mistério da Lei

à Orixás da Lei

• Divindade-mistério da Evolução

à Orixás da Evolução

• Divindade-mistério da Geração

à Orixás da Geração

Por correspondência temos isto:

• A Divindade-mistério da Fé é um mis­tério de Deus que, manifestado, é um mental divino universal onipoten­te, onisciente e oniquerente, que re­ge o sentido da fé, irradia suas vibra­ções para o estado natural e faz surgir a dimensão elemental cristalina, onde predomina uma energia específica condensada nos cristais (nas rochas) e que, quando absor­vida pelos seres espirituais desperta no íntimo delas sentimen­tos de fé, de fraterni­dade e de confiança. Essa Divindade-mistério identifi­ca­da, classifica­da e nomeada Orixá da Fé, rege integralmente o sentido da fé e ponti­fica a irradiação da fé, pois a é em si.

• Como toda irra­diação divina tan­to é ativa como passiva, ela tem dois pólos que a projetam para tudo e para todos.

• Como esses pólos só podem ser visualizados e estudados no estado natural da criação, nesse podem ser identificados, classificados e nomea­dos os orixás naturais responsáveis por eles e pela manu­tenção do equilí­brio em suas irradiações (ativa e passi­va).

• Como esses ori­xás naturais po­dem ser vi­sua­lizados nós os identi­fi­­camos, classificamos e no­meamos co­mo Ori­xás da Fé.

• Como uma irra­diação tem dois pó­los, no pólo ativo da fé identifica­mos um orixá feminino que classifica­mos como orixá femi­nino da fé e o no­mea­mos Oyá-Logunan.

No pólo passivo iden­tificamos um orixá masculino que classifi­camos como orixá masculino da fé e o nomeamos Oxalá.

A visualização des­ses orixás não pode ser direta, porque eles são em si um estado natural da criação: o cris­talino.

Nós os visualizamos, estudamos, iden­tificamos, classificamos e nomea­mos através dos seres naturais, que são membros de suas hierarquias. E isto foi possível, porque o que se mos­tra em um estado está nos outros, e vice-versa.

Os membros das hie­­rarquias natu­rais são no­mea­dos seres natu­rais de natureza divina ou orixás naturais. Já, os seres da natureza re­gi­dos e ampa­rados por eles são nomeados seres de natureza espi­ritual.

Também encontra­mos uma corres­pon­dên­­cia direta entre os seres de natu­reza divina e os de natureza espi­ri­tual, confirmando mais uma vez que o que está em um estado mos­tra-se nos outros dois, ou seja:

• O que está nos seres de natu­reza divina mostra-se nas divindades e no espíritos.

Simplificando, temos isto:

• Divindade-mistério regente do sen­ti­do da Fé à orixás regentes da fé à seres de natureza divina sustenta­do­res da Fé à seres na­turais cristalinos à es­pí­ritos regidos e sustentados pelo sen­tido da Fé.

Em sentido con­trá­rio (do micro para o macro) já que po­de­mos visualizar, iden­­tificar, classificar e no­mear os se­res espiri­tuais, os natu­rais, os de natureza divina, as divindades natu­rais em ativos e passivos e em mascu­linos e femininos, também podemos fazer o mes­mo com a Divindade-mis­tério da Fé. E o faze­mos desta forma:

• A Divindade-mistério da Fé, de­no­minado Orixá da Fé é em si um mis­tério maior de Deus, porque traz em si o duplo aspecto dele e de sua criação. Tanto é ativo quanto passivo; tanto é mas­culino como feminino e, em si, essa dualidade o caracteriza como criador e gerador, predicado este só encontrado em Deus.

Logo, o Orixá-mistério da Fé é De­us manifestado em um dos sete senti­dos da vida, criando, gerando e sus­ten­tando tudo e todos criados e gera­dos por Ele nesse sentido.

A correspondência direta entre o Ori­xá da Fé, as divindades naturais crista­linas, os seres divinos cristalinos, a di­mensão elemental cris­ta­lina, os seres natu­rais cristalinos, os espí­ritos regi­dos pelo senti­do da fé, os elemen­tos da natureza con­den­sadores das vibra­ções divinas e seus irradiadores naturais, podem ser comprova­das até um certo nível ou estado da criação (o natural), porque dali em diante só o pro­cesso analógico nos permite identi­ficar, clas­sificar, nomear e es­tu­dar, po­is dali em diante tudo torna-se invisível aos nossos olhos e impenetráveis à nossa mente.

Mas a regra de ouro que nos ensi­na que o que está em Deus está na sua criação e nas suas criaturas (os três estados), justifica a nos­sa certeza na divin­dade dos Sagrados Ori­xás, nos seus poderes, nos seus domínios, nas suas regências e nas suas ascendên­cias sobre nós, os espíritos humanos.

Também justifica o culto religioso e o auxílio magístico dirigido a eles, po­is de verdade, neles tudo encontra fun­damentação elemental, natural, es­pi­ritual e divina.

Até nossas filiações por orixás, es­tá fundamentada nesse modelo de­sen­­vol­vido por nós, pois se temos na regência dos sete sentidos, das se­te vibrações, das sete irradiações e dos sete elementos e das sete di­mensões elementais básicas suas re­gên­cias e suas presenças divinas, não há como não estar ligado e estar sendo ampa­rado por um deles.

Tudo é uma questão de deixar as emo­ções humanas de lado e usar a ra­­zão, pois até nossa personalidade ín­tima, nossos gostos, humor e predile­ções, encaixam-se dentro desse mode­lo identificatório, classificatório e no­mea­dor.

Só não vê e não o aceita, quem não quer ou ainda é extremamente igno­ran­te sobre Deus e seus mistérios.

Umbanda é religião; tem seus mistérios; tem seus fundamentos; está fundamentada em Deus e os três estados da criação estão tão visíveis dentro de um terreiro de Umbanda que só não os vê quem não quer.

• O estado divino mostra-se nos po­deres sustentadores da Umbanda e nos trabalhos realizados dentro do seus templos.

• O estado natural mostra-se no es­paço material e nos elementos usa­dos pelos guias espirituais e pelos se­us médiuns.

• O estado espiritual mostra-se nos guias e nos médiuns, todos espíri­tos e todos em correspondência direta com os dois outros estados, pois se não houvesse essa correspondência um orixá não poderia incorporar em um médium e, através deste, atuar no “lado de fora” da criação, uma vez que ele vive no estado natural e mani­festa de si os pode­res existentes no lado divino.

Umbanda tem fundamentos.

Só é preciso conhecê-los!

Este é um texto inédito de Rubens Saraceni que estará no seu próximo lançamento pela Editora Madras, “O Livro de Oferendas e Assentamentos na Umbanda”.

Exú - Jorge Amado

NÃO SOU PRETO, BRANCO OU VERMELHO
TENHO AS CORES E FORMAS QUE QUISER.
NÃO SOU DIABO NEM SANTO, SOU EXU!
MANDO E DESMANDO,
TRAÇO E RISCO
FAÇO E DESFAÇO.
ESTOU E NÃO VOU
TIRO E NÃO DOU.
SOU EXU.
PASSO E CRUZO
TRAÇO, MISTURO E ARRASTO O PÉ
SOU REBOLIÇO E ALEGRIA
RODO, TIRO E BOTO,
JOGO E FAÇO FÉ.
SOU NUVEM, VENTO E POEIRA
QUANDO QUERO, HOMEM E MULHER
SOU DAS PRAIAS, E DA MARÉ.
OCUPO TODOS OS CANTOS.
SOU MENINO, AVÔ, MALUCO ATÉ
POSSO SER JOÃO, MARIA OU JOSÉ
SOU O PONTO DO CRUZAMENTO.
DURMO ACORDADO E RONCO FALANDO
CORRO, GRITO E PULO
FAÇO FILHO ASSOBIANDO
SOU ARGAMASSA
DE SONHO CARNE E AREIA.
SOU A GENTE SEM BANDEIRA,
O ESPETO, MEU BASTÃO.
O ASSENTO? O VENTO!..
SOU DO MUNDO,NEM DO CAMPO
NEM DA CIDADE,
NÃO TENHO IDADE.
RECEBO E RESPONDO PELAS PONTAS,
PELOS CHIFRES DA NAÇÃO
SOU EXU.
SOU AGITO, VIDA, AÇÃO
SOU OS CORNOS DA LUA NOVA
A BARRIGA DA RUA CHEIA!...
QUER MAIS? NÃO DOU,
NÃO TOU MAIS AQUI

FESTA DE COSME E DAMIÃO

Dia 27 de setembro é o dia de São Cosme e São Damião, e gostaria de passar a todos que frequentam a nossa Tenda que a nossa festa é realizada com a ajuda de todos que frequentam a nossa Tenda. Para que tenhamos uma festa bonita e bem organizada estaremos recebendo a partir do dia 28 de agosto as doações para nossa festa.
Quem quiser levar bolo pode levar no dia da festa.
A Festa será no dia 27 de setembro(domingo) e terá inicio com a gira dos pretos-velhos a partir das 17:00hs.


Sugestões de doações:

Chocolate
Refrigerante
Balas
Pirulitos
Balões
Pratos, copos e talheres descartáveis
Velas: Azul, Rosa, Branca etc.

Para refletir.

Se você "deve algo" ao seu antigo namorado, marido, caso, dedique um tempo a resolver isso.
Nunca "esteja em débito" com algo que lhe faz mal.
Coloque um fim, e bata essa porta definitivamente.

Não viva tentando se enganar, mentindo para você mesmo.
Aquele que mente, vive em mentiras e atrai mentiras.
E as pessoas só conseguem estar conectadas com a existência através da verdade.

Não existe nada de errado em assumir a sua verdade, em assumir que o seu relacionamento deixou marcas que precisam ser resolvidas.
Não deixe que o ego fale mais alto. Você sabe que o sentimento existe, que a porta está encostada.

Na maioria das vezes você não precisa nem estar junto da pessoa para fechar essa porta, basta assumir, encarar, falar dos seus sentimentos.

Você só precisa assumir que está neste estado temporariamente, e logo ele mudará, basta você perder o medo de falar dele, de pensar nele.
Não trate isso como um segredo.
Trate isso como um compromisso que precisa ser resolvido, e não prorogue nem mais 1 dia.

Desmistifique, liberte seus sentimentos, assuma os riscos e seja feliz.
Fale das suas dúvidas, dos seus sentimentos com alguém que você confia, eleja um amigo, alguém que realmente goste de você, e se abra.
Quanto mais tempo você guardar esse sentimento só para você, mais perdida e sem saída você ficará.

A vida é generosa, outras portas se abrirão assim que você fechar essa.
E a vida enriquece quem se arrisca.
Ela privilegia quem descobre seus segredos.
Mas a vida também pode ser dura e cruel.
Se você não ultrapassar a porta encostada, terá sempre a mesma porta pela frente.

É a repetição perante a criação, é a estagnação da vida.
Entenda de uma vez que as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!

Livros

Adicionado novos livros relacionados ao Espiritismo e Umbanda

Humildade

Humildade é o caminho único para se servir a Deus. Todos nós encarnados ou não, devemos ser simples e humildes. Nosso exemplo maior é Jesus. Nasceu numa manjedoura, veio com a missão de Rei, mas nunca foi ligado a bens materiais. Nada nem ninguém o tiraram do caminho certo. Sabia o valor do dinheiro, do ouro, podia obter riquezas e prestígio fácil.
A sua volta, todos erros e ganâncias eram comuns. Não se precisava muito para justificar uma grande fortuna ou títulos de nobreza. Jesus sabia como ninguém que os bens eram necessários, mas como Mestre visto que a Humildade e Nobreza de Coração eram títulos mais importantes.
O homem precisa do seu trabalho, ganhar o pão com o suor do dia, mas não, mas pode ser escravo do dinheiro. O corpo não vive sem alimento, sem roupas ou teto. Sem trabalho e sustento ninguém sobrevive. Deus nos mostra que pelo trabalho, nos melhoramos e nossas matérias recebem as forças para cumprirem suas missões. Nosso lar, nossa família são à base de partida para uma jornada de luz.
Mas Jesus nos recomenda, não acumulemos tesouros na terra, onde os vermes e as traças os destroem. Acumulemos bens no Céu, onde nada nem ninguém podem destruí-los.
O que são estes Tesouros, Bens Materiais. Ninguém levará nada destes valores.
Na terra ficaram tudo que materialmente compramos. Só as boas Ações, Caridade prestadas, seguirão conosco.
Sejamos humildes, usemos tudo que Deus nos empresta por meio do dinheiro com sabedoria.
Vamos ter o teto, a roupa, o conforto que a matéria precisa, mas lembremos de dividir com os nossos irmãos de jornada.
A oportunidade sempre aparece. Hoje é alguém com fome, amanhã é um vizinho doente, por vezes basta um aperto de mão, um sorriso ou um abraço e já fizemos a nossa parte.
Sejamos humildes e pensemos que hoje ajudamos, e amanhã seremos ajudados. Ninguém encarnado ou não, vive sem ajuda de Deus.
Ao ler e estudar o Evangelho veremos que os Simples e Humildes verão o Reino dos Céus.
Isto é, habitarão uma das moradas do Senhor. Meu irmão, na vida material precisa de simplicidade.
Está só é possível se nos curvarmos diante das boas ações e nos empenharmos em Jesus.
Médium Perfeito é a humildade sem igual. Estamos na escola da vida e agora iniciamos as aulas da Espiritualidade. Sempre que oramos ou entramos em prece sejamos simples. Vejamos os nossos erros e faltas cometidas. Antes de pedir, agradecemos tudo que Deus nos tem dado.
Os espíritos de Luz estão nesta elevação, por suas boas ações e simplicidade.
Médiuns Vaidosos é Médium doente. Sua vaidade afasta a Luz, e os bons espíritos não se afinam. Não há como juntar as trevas a Luz.
Aos poucos nossos amigos espirituais se afastam e sós irmãos sofredores encontram afinidade. Vamos nos policiar. Quando um amigo maior ajudar alguém, não se julguem em grande posição, somos apenas intermediários.
Este Amigo também sabe que ele nada fez a não ser ter a graça de servir a Deus. Então para que dizer: Eu tenho um Guia Forte… Ou sou um ótimo médium. Vamos ser humildes, quando surgir um elogio, lembre-se que o mérito não é seu.
Você teve sim, oportunidade de se melhorar e Deus lhe deu esta chance de evoluir. Quanto mais simples, melhor será a comunicação entre os dois mundos.
Portanto, a Umbanda é uma religião lindíssima, e de grande fundamento, baseada no culto aos orixás e seus seguidores. Estes grupos de Espíritos estão na Umbanda “organizados” em linhas: Nanã, Iemanjá, Oxum, Inhasã, Ogum, Xangô, Oxossi, Obaluaê e Omulú, Crianças, Povo do Oriente, Pretos-Velhos, Almas, Malandros e Exus. Cada uma delas com funções, características e formas de trabalhar bem específicas, mas todas subordinadas as forças de Zambi e Oxalá.
Na verdade a Umbanda é bela exatamente pelo fato de ser mista como os brasileiros, por isso, é uma religião totalmente brasileira.

“SARAVÁ A NOSSA UMBANDA”

Fonte:http://povodearuanda.wordpress.com/2006/12/06/humildade-2/

26 de Julho = Dia de Nanã (Saluba Nanã)


A mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu símbolo é o Íbíri – um feixe de ramos de folha de palmeira com a ponta curvada e enfeitado com búzios.

Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.

Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.

1. Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.

2. O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.

3. O Movimento adquire Estrutura.

4. Movimento e Estrutura surgiu a criação, O Homem.

Portanto, para alguns, Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca.

Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente ressentido.

Orixá que também rege a Justiça, Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser Orixá muito discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente diferente do dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de Oxum seria uma filha de Nanã “escondida”.

Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido.

A senhora do reino da morte é, como elemento, a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo.

Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem a invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o mundo.

Nanã forma par com Obaluaiê. E enquanto ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação.

Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro.

Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.

Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.

Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.

Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas.

Quando dança no Candomblé, ela faz com os braços como se estivesse embalando uma criança. Sua festa é realizada próximo do dia de Santana, e a cerimônia se chama Dança dos Pratos.

Origem

Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.

Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá.

É neste contexto, a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaiê) e Oxumarê.

A Voz do Silêncio - Vovó Benta

O atendimento da noite agora se encerrava naquele terreiro de Umbanda. Alguns dos pretos velhos que haviam trabalhado se desligavam de seus aparelhos, não sem antes equilibrá-los com energias edificantes e benfazejas. Um dos médiuns, após praticamente "despachar" seu protetor, apressou-se em ajoelhar-se aos pés da preta velha que ainda permanecia incorporada, para solicitar aconselhamento.

O bondoso espírito acolheu amorosamente suas lamentações como o fez com todos os outros que haviam passado por ela naquela noite. Ouviu tudo fumegando seu cachimbo, porém nada falou. Saravou aquele filho, agradecendo-o pela caridade que havia prestado e assim se despediu, largando seu aparelho. O médium por sua vez, desajeitadamente se retirou, sem conseguir entender o silêncio da Preta Velha. Um misto de rejeição e indignação passou a povoar seus sentimentos, e pensou:

- "Então é assim! Eu fico fazendo caridade por horas a fio e quando solicito ajuda, o que recebo?"

Enquanto a corrente mediúnica realizava as preces de encerramento da sessão, ele sentiu uma inexplicável sonolência que o obrigou a dirigir-se diretamente para casa, ignorando o programa prévio de sair com os amigos para mais uma noitada de lazer em bares da cidade.

Mal adormeceu, em corpo astral, através do desdobramento, percebeu estar ajoelhado sobre folhas verdes e cheirosas num ambiente simples, cujas paredes eram feitas de bambu, o teto de folhas de coqueiro e o chão de terra batida. Algumas tochas iluminavam o local, e havia uma cantiga no ar que ele bem conhecia. Sentindo a presença de alguém, virou-se e o viu sentado em seu tosco banco com aquele sorriso matreiro e cachimbo no canto da boca. Sua roupa, bem como seus cabelos brancos, contrastava com a pele negra. Os pés descalços e calejados. No pescoço um rosário cujas contas eram pura luz. Sim, era ele, Pai Benedito, seu protetor.

- “Saravá zin fio!” Falou a Entidade de Luz!

- “Saravá meu Pai!” Respondeu ele.

- “Pai Benedito chamou o filho até sua tenda para poder explicar tudo aquilo que você não conseguiu entender com a orientação da mana lá no terreiro da terra.” Explicou seu protetor.

- “Meu Pai, ela nada falou...” Reclamou ele.

- “E suncê se magoou, não foi?” Perguntou seu Protetor.

- “É... não compreendi...” Respondeu tristemente. A maravilhosa Entidade então, explicou:

- “Por isso Pai Benedito o trouxe até aqui e vai explicar. Os filhos da terra ainda não conseguem compreender a mensagem do silêncio devido às suas mentes aceleradas pelo imediatismo, pela falta de concentração e pelo vício de "receitas prontas". A mana que nada disse ao filho, agiu assim justamente para incentivar a sua busca das respostas.

Queria que o filho, instigado pela falta do aconselhamento a que vinha se acostumando, pudesse parar e pensar. Pensar em todos os conselhos que seu protetor, através de seu aparelho, havia passado para as pessoas que atendera lá no terreiro há momentos atrás.

O silêncio da preta velha, quis dizer ao filho que o primeiro e maior beneficiado da abençoada tarefa mediúnica é o próprio mediador. A sua característica de médium consciente permite que receba e transmita os nossos pensamentos e os bons fluídos dos quais se torna canal. Para que o intercâmbio "médium-espírito" aconteça, pela Bondade Divina, o corpo astral do mediador é previamente preparado antes de reencarnar através da "sensibilização fluido-mediúnico" de seus centros de forças para que assim se dê a afinização com seus protetores.

Durante toda a vida encarnada, é ainda alertado e amparado para que possa exercer o mandato dentro do programado. No entanto, existe um carma envolvendo tudo isso, e o fato dos filhos prestarem a caridade não os isenta dos entrechoques a que estão sujeitos na matéria, que nada mais são do que ensinamentos necessários do certo e do errado.

Respeitando as escolhas feitas, esses protetores tantas vezes perdem seus pupilos para os descaminhos da vida, mesmo e apesar de todo esforço, e então lhes resta aguardar que o relógio do tempo os traga de volta pela mão da dor.

Pai Benedito não se entristece, se o filho por vezes o dispensa, ou não entende suas mensagens. Nem mesmo quando o filho desfaz as energias recebidas após o trabalho de caridade através da busca de prazeres ilusórios e momentâneos. Apenas ajoelha diante do Congá, que no plano astral fica sempre iluminado pelas velas da caridade prestada nas poucas horas em que a corrente de médiuns se reúne na terra, e implora ao Pai Oxalá a sua compreensão para todos os espíritos que ainda teimam em permanecer colados às suas mazelas no plano terreno.

Por isso filho, estando aqui em frente a este espírito que tanto o ama e cuja ligação perde-se no tempo, peço que desabafe suas dores, que tire as dúvidas que angustiam seu coração.”

Agora o silêncio era todo seu. Apenas as grossas lágrimas que desciam de sua face falavam de sua pouca fé, de seu descrédito até então, da própria mediunidade. De seus momentos de incertezas quanto a estar servindo realmente de canal para Pai Benedito, de seus medos em relação ao animismo e da confusão que fazia dele com a mistificação. Mas principalmente de sua vontade de largar tudo pelos prazeres do mundo, afinal era muito jovem ainda para levar uma vida regrada em função da mediunidade. Então a Entidade de Luz continuou:

- “Pai Benedito compreende a angústia do filho, mas pede que revise os tantos avisos que recebeu em seus sonhos, nas palestras instrutivas que ouviu lá no terreiro, nos livros que chegaram até suas mãos e nas tantas vezes que a Preta Velha o instruiu, o aconselhou. Onde estão estas informações? Para quem eram dirigidas nossas palavras nos atendimentos, senão para você que as ouvia antes de repassá-las? Nada é proibido aos filhos no estágio da matéria, mas em tudo deverá existir o equilíbrio. “

O silêncio da Preta Velha havia sido traduzido, e agora ele conseguia compreender que fora o melhor, dos tantos conselhos que ouvira dela.

Fechando seus olhos, agradeceu a ela mentalmente e quando os abriu, além do cheiro de incenso e da claridade que se instalara naquele ambiente, percebeu que tudo modificara. A humilde tenda agora era um templo iluminado por vitrais coloridos que formavam filetes de luz que se entrecruzavam num quadro de beleza estonteante. No chão, ao centro, em esplendoroso piso vitrificado havia o desenho de uma mandala, que de seu centro irradiava luz dourada. Já não estava mais diante daquele Pai Velho em humildes trajes, pois ele havia se transfigurado num ser de características orientais, de olhar penetrante. Nada pode pronunciar, sua voz embargou. Havia que se fazer o silêncio para que só ele traduzisse a mensagem agora recebida.

Naquela manhã acordou muito cedo, tendo plena lembrança de seu "sonho". No ar, ainda o cheiro do incenso. Não fosse a exigência da vida física, ficaria o dia todo calado, saudando o silêncio da Preta Velha.

"Que nos ouça, quem tem ouvidos de ouvir". Saravá aos filhos da Terra.

Esta mensagem foi recebida espiritualmente pela médium Leni W. Saviscki e foi publicada originalmente no Jornal de Umbanda Sagrada – Número 63 – em Julho de 2005.

O porque dos Pontos Cantados

Um dos fundamentos de vital importância par a harmonização e eficácia dos trabalhos dentro de um templo umbandista é, sem dúvida, o que diz respeito aos Pontos Cantados (curimbas).

Em tempos imemoriais, o Homem materialista e ligado quase que exclusivamente aos aspectos físicos que o circundavam, tomado de profundo vazio conscienciosa, resolveu traçar caminhos que o fizesse resgatar a verdadeira finalidade de sua existência.
Alicerçado em princípios aceitáveis, passou a buscar o elo de ligação para com o Criador, a fim de se redimir do tempo perdido e desvirtuado para outras ações.
Uma das formas encontradas para a reaproximação com o Divino foi a música, onde se exprimiam o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior.
Desta forma, os cânticos tornaram-se um atributo socio-religioso, comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas características próprias, exteriorizavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior.
A Umbanda, nossa querida religião anunciada no plano físico em 15 de novembro de 1908, em Neves, Niterói - RJ, pelo espírito que se nominou Caboclo das Sete Encruzilhadas, também recepcionou este processo místico, mítico e religioso da expressão humana.
Nos vários terreiros espalhados pelas Terras de Pindorama (nome indígena do Brasil), observamos com fé, respeito e alegria os vários pontos cantados ou curimbas, como queiram, sendo utilizados em labores de cunho religioso ou magístico.
Em realidade os Pontos Cantados são verdadeiros mantrans, preces, rogativas, que dinamizam forças da natureza e nos fazem entrar em contato íntimo com as Potências Espirituais que nos regem.
Existe toda uma magia e ciência por trás das curimbas que, se entoadas com conhecimento, amor, fé e racionalidade, provoca, através das ondas sonoras, a atração, coesão, harmonização e dinamização de forças astrais sempre presentes em nossas vidas.
A Umbanda é capitaneada por sete Forças Cósmicas Inteligentes, que são as principais e que, por influência dos Pretos-Velhos, receberam os nomes de Orixás, sendo que a irradiação ou linha de Oxalá (Cristo Jesus), precede todas as demais, razão pela qual as comanda.
Todas estas irradiações têm seus pontos cantados próprios, com palavras-chave específicas e a justaposição de termos magísticos, de forma que o responsável pela curimba deve Ter conhecimento do fundamento esotérico (oculto) da canção.
Temos visto em algumas ocasiões determinadas pessoas até com boas intenções, mas sem conhecimento, "puxarem" pontos em horas não apropriadas e sem nenhuma afinidade com o trabalho ora realizado.
Tal fato pode causar transtornos à eficácia do que está sendo feito, uma vez que podem atrair forças não afetas àquele labor, ou ainda despertar energias contrárias ao trabalho espiritual. Quanto à origem, os pontos cantados dividem-se em Pontos de Raiz (enviados pela espiritualidade), e Pontos terrenos (elaborado por pessoas diretamente) Os Pontos de Raiz ou espirituais jamais podem ser modificados, pois constituem-se em termos harmoniometricamente organizados, ou seja, com palavras colocadas em correlação exata, que fazem abrir determinados canais de interação físico-astral, direcionando forças para os mais diversos fins (sempre positivos).
No que concerne aos Pontos cantados terrenos, a Espiritualidade os aceita, desde que pautados na razão, bom senso e fé de quem os compõe.
Às vezes, porém, nos deparamos com algumas curimbas terrenas que nos causam verdadeiro espanto, quando não tristeza.
São composições "sem pé nem cabeça", destituídas de fundamento, com frases ingênuas e sem nenhum nexo, chegando algumas a denegrirem os reais valores umbandistas.
Cantam curimbas por aí dizendo que Exu tem duas cabeças; que Bombogira (Pombagira) é prostituta e mulher de sete maridos; que Preto-Velho é feiticeiro e mandingueiro; que o Orixá Nanã mora na lama dos rios; que Ogum é praça de cavalaria, e outras incoerências mais.
E quanto ao plágio (cópia adulterada) leitores ? Aí é que a questão se agrava.
É que alguns "espertos" andam a visitar terreiros, ouvindo e decorando pontos pertencentes àqueles templos.
Voltam à tenda onde trabalham ou dirigem, e começam a cantar os pontos aprendidos, com algumas alterações, para disfarçar é claro, e dizem a terceiros que as curimbas são de sua autoria ou de suas "entidades".
Além de modificarem pontos que podem ser de raiz, estão sujeitos a serem desmascarados quando alguém toma conhecimento da origem e da real letra das curimbas.
Quanto à finalidade, os Pontos Cantados podem ser: Pontos de chegada e partida; Pontos de vibração; Pontos de defumação; pontos de descarrego; Pontos de fluidificação; Pontos contra demandas; Ponto de abertura e fechamento de trabalhos; Pontos de firmeza; Pontos de doutrinação; Pontos de segurança ou proteção (são cantados antes dos de firmeza); Pontos de cruzamento de linhas; Pontos de cruzamento de falanges; Pontos de cruzamento de terreiro; Pontos de consagração do Congá; e outros mais, consoante a finalidade a que se destinam.
Vimos pelo acima exposto que as curimbas, por serem de grande importância e fundamento, devem ser alvo de todo o cuidado, respeito e atenção por parte daqueles que as utilizam, sendo ferramenta poderosa de auxílio aos Pretos-Velhos, Caboclos, Exus, e demais espíritos que atuam dentro da Corrente Astral de Umbanda.

" Sobre o Número Sete "

É bastante conhecido o prestígio do número 7, esse número primo presente nas culturas antigas e nas artes mágicas em todos os povos. As razões para isso, no entanto, não possuem a mesma notoriedade e preencher essa lacuna é o objetivo desta nota. Em primeiro lugar, considera-se que a importância fundamental do setenário (conjunto de sete elementos) deve-se ao fato de que a própria dimensão espacial assume a forma de seis direções mais o ponto imóvel central, a referência fixa, o observador: nós, em suma. Se considerarmos que o triângulo é o símbolo do espírito e das forças cósmicas, fato comum a muitas civilizações, e que o quadrado representa o plano físico, a estrutura material, temos no número sete a reunião dos poderes do Céu e da Terra em um todo harmônico e unificado. Na teologia cristã, por exemplo, o número tem ampla recorrência, desde o Gênesis, quando Deus cria o mundo em 7 dias, até o Apocalipse, onde aparece inúmeras vezes.

Também ocupa papel de destaque na doutrina o conceito das 3 virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade) e das 4 virtudes cardinais (Força, Justiça, Prudência e Temperança). Os sete pecados capitais desempenham uma função contrária e são bem conhecidos, embora quase todo mundo esqueça algum ao tentar enumerá-los. Assim, apenas por uma função informativa, lembramos aqui esse sedutor elenco que nos torna tão desesperadamente humanos: Luxúria, Ira, Preguiça, Gula, Orgulho, Ganância e Inveja, em ordem decrescente de preferência do autor.

Os 7 planetas da Antigüidade compunham a Astrologia da época e representavam os princípios cósmicos da formação da Vida. Eram o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Curiosamente, os astrólogos de outros povos associavam esses corpos celestes a deuses com outros nomes mas de idêntica natureza. As sete estrelas que compõem a constelação das Plêiades também atrairam a atenção dos astrólogos como símbolo do 7 cósmico e da força setenária primordial.

A disposição geométrica do triângulo e do quadrado unidos em uma mesma estrutura está presente em várias catedrais medievais e em templos orientais, como símbolo da "quadratura do círculo". Naturalmente, não podemos esquecer as referências mais óbvias e sobre as quais nunca indagamos as razões: as 7 notas musicais, as 7 cores do arco-íris, os 7 dias da semana, as 7 Maravilhas da Antigüidade. Mais interessante é observar, por exemplo, que na dança escocesa das espadas São Jorge vence o dragão acompanhado de sete santos, que o candelabro do Templo de Salomão tem 7 braços, que a lira de Orfeu tinha 7 cordas, que eram 7 as Hespérides que guardavam a árvore dos pomos de ouro, 7 os chefes que atacaram Tebas e 7 os que a defenderam, que eram 7 os filhos e as filhas de Níobe, assassinados pelos deuses. Platão nos fala das 7 esferas celestes e das 7 sereias que cantam sobre cada uma delas. O número também costuma aparecer em amuletos, rituais e oferendas mágicas, como as feitas para os Exus e Pomba-Giras. Segundo Hipócrates, "O número sete, por suas virtudes ocultas, tende a realizar todas as coisas; é o dispensador da vida e a fonte de todas as mudanças, pois mesmo a lua muda de fase a cada sete dias. Este número influi em todas as coisas sublimes." Cola Alberich nos informa que "os pentes de 7 dentes eram símbolos mágicos em Susa; entre os chineses a 'raposa de sete caudas' é o gênio maligno; os santos e sábios tem 'sete orifícios' no coração; os espíritos animais são sete; existem sete fadas de sete cores; no dia sete do sétimo mês celebram-se grandes festas populares e um dos amuletos prediletos é o lótus de sete folhas. No Tibet são sete os emblemas do Buda; nas pirâmides sagradas de Mocha, na costa peruana, o templo do sol tem sete escalões. No Islã o número sete goza de grande prestígio: há sete céus, sete terras, sete mares; dão-se sete voltas em torno do templo de Meca; há sete dias nefastos; o homem é formado por sete substâncias, são sete os alimentos recolhidos..."

Em função de sua natureza singular de sintetizar a totalidade o sete representa a harmonia do Universo e os poderes de compreensão do ser humano. Não é por outra razão que, no Tarot, o sétimo Arcano Maior é a Vitória. Também por isso a estrela de sete pontas é chamada de Estrela dos Magos e tem função de destaque em vários tipos de rituais.


Materia de propriedade do Jornal Umbanda Hoje -
Reproducao autorizada por Marco Valerio Pellizer - Editor


**Jornal de umbanda sagrada, agosto de 2003 (Autor Desconhecido)

Apresentação dos Espiritos na Umbanda

PRETO-VELHO: objetiva transmitir sabedoria de vida (experiência) e humildade. A forma encurvada e a fala mansa trazem uma sensação de se estar diante de alguém que já viveu muito e que saberia como consolar ou orientar alguém perdido, que não encontra saída para seus problemas na vida humanizada.
Uma das Entidades conhecedoras da Magia da Umbanda, pois de tudo sabe um pouco e sempre tem uma palavra amiga para com os consulentes, digamos que estes “Pais Velhos” sejam o médico, psicólogo e principalmente o educador dentro da Umbanda, ou seja, aquele que transmite aos consulentes, médiuns, pais e mães no Santo a Verdade da Umbanda, que se solidifica em 4 partes, Humildade, Amor, Fé e Caridade, tão simples e tão complexa, para nós simples encarnados, pois assim o é aos Espíritos, que aqui chegam para cumprir sua função cármica. Um dos principais conhecimentos destes Espíritos é a manipulação das ervas, fazendo deles verdadeiros curandeiros do Astral, que divide essa função com os Caboclos. O que mais nos chama atenção nessa Entidade é a humildade que chega ao Terreiro, nos mostrando que através da humildade podemos chegar até o coração de nosso semelhante.

CABOCLO: objetiva transmitir coragem, a confiança necessária para “guerrear”. Daí a necessidade de, quando o médium incorpora um espírito com tal postura, ficar de pé, bater no peito e gritar. Com algumas exceções, a expressão do Caboclo é sempre séria. O espírito quando se utiliza dessa postura transmite a valentia para lutar com a vida, ou seja, para passar com coragem pelas vicissitudes geradas pelo gênero de provas escolhido pelo próprio consulente antes de encarnar. Por isso, o Caboclo não transmite sabedoria, mas a coragem que o consulente necessita naquele momento. Entretanto, estes Espíritos são de grande sabedoria dentro da corrente da Umbanda, exímios no lidar com as ervas e com tudo que há na natureza, não irei aqui afirmar que os mesmos em encarnações anteriores foram índios, pois seria o mesmo que afirmar meu desconhecimento quanto aos existência dos espíritos.

CRIANÇA: objetiva transmitir a felicidade incondicional. Disse Jesus: “vinde a mim as criancinhas”, “ninguém entrará no reino dos céus se não for como criança”. Ou seja, só se entra no reino dos céus ou se livra das encarnações no mundo de provas e expiações quem aprende a ser feliz incondicionalmente. Quem passa pelas vicissitudes da vida humanizada feliz, ou seja, não vive as angústias e as dores do seu personagem, está pronto para habitar os mundos regenerados. É por isso que mesmo o espírito que se manifesta como uma Criança emburrada no trabalho mediúnico estimula alegria no consulente. Poucos são os consulentes que acreditam na Magia desses “pequeninos”, são Espíritos de grande Luz, Amor, Humildade, atente como estes brincam de trabalhar, pois toda a alegria e diversão é transformada em fluidos que alegram nossos espíritos ignorantes.

EXU: e o temido Exu? O que significa essa postura? O Exu representa o próprio ser humanizado (egoísta, interesseiro, orgulhoso etc.) A postura Exu é a sombra do próprio consulente. E por que essa postura causa medo? Porque é como se estivéssemos diante do espelho, vendo o que somos, essencialmente.
Gostamos de falar do argueiro no olho do outro, mas nunca observamos a trave que carregamos no olho. O Exu, com sua linguagem direta e forma de se manifestar, nos mostra quem realmente somos. Mas na lida com estes Espíritos podemos perceber o seu grande mistério, pois nos testam sempre a nossa índole e nossa compreensão da vida e principalmente do Amor ao próximo, Exu nos deixa aludir ser como nós, alude ter nossas manias e nossas faltas, mas estes Espíritos estão acima destes vícios humanos, este é um dos espíritos mais procurados dentro de um Terreiro de Umbanda, por compreender as nossas faltas, transformando-as em vitórias em tempos vindouros, estes trabalham dentro de nossa verdade, com a intenção de transforma-la na verdade do PAI.

Toda forma de apresentação de determinada Falange da Umbanda sempre haverá uma conotação que nos leva a acreditar que existe Fundamentos para a mesma existir, engana-se quem acha Exu mais poderoso que Preto Velho, Criança mais poderosa que Caboclo, todos são poderosos dentro de sua Linha de Trabalho, todos tem o conhecimento das demais Falanges, muitos de nós nos enganamos quando negamos falar sobre determinado assunto com o Caboclo, pois em nossa ignorância costumeira acreditamos que estes não são capazes de resolverem determinado assunto.
Entendam que todos aqui estão pela vontade do Pai e todos aqui estão para nos direcionar em nosso caminho rumo ao Criador, com formas e rituais diferentes, mas na mesma intenção, ou seja, que sejamos mais humildes, tenhamos mais amor ao próximo, que tenhamos mais Fé e principalmente, na União de todas essas que sejamos mais CARIDOSOS, para conosco e para com nosso semelhante.

SEJAMOS FELIZES, POIS ESTA É A LEI…

Ensinamentos de Vaqueiro

Eu fui um Egum! Digo isso com orgulho, porque desencarnei enroscada em um pé de agi queiro. Os terreiros me expulsavam não me ajudavam a encontrar o caminho da luz, porque falam que Egum é um espírito mal e que não deve visitar terreiros.

Hoje sei que isso não é verdade, pois a função dos terreiros é doutrinar os espíritos que sofrem sem luz,

Foi um espírito por nome de conceição que abriu meus caminhos para que eu encontrasse a luz, preparando assim um menino e uma menina, que um dia veio a desenvolver, abriram um terreiro, no qual fui recebido de braços abertos.

Os terreiros do Brasil deveriam ver isso como uma grande lição porque muitos espíritos sofredores que dão o nome de Egum se forem doutrinados como eu fui poderão, fazer muito mais que eu, pela nossa umbanda.

Enquanto existir um Egum ou um espírito sofredor, não deixarei de sofrer.

Assim isso eu digo tenho orgulho de ser um EGUM. Porque os terreiros que não me aceitam tenham certeza seus chefes serão Eguns amanha.

“Vamos tocar uma casa de umbanda criticada pela maioria das religiões, Mais abençoada por Deus”.

Contada por um Vaqueiro
Terreiro de Umbanda Iansã e Mamãe Oxum

A Umbanda tem cor?


A Umbanda tem cor?

Tem sim sinhô!
Ela é preta, ela é branca
É de Nosso Sinhô!

A Umbanda tem raça?
Como não tem!
Ela é negra, é ameríndia
e européia também!

A Umbanda é das elite?
É de toda classe sociár!
Ela é dos fios de Zambi
Prá fazer o bem e arretirá o mal!

A Umbanda tem cultura?
Tem fios meus!
Do perdão e da bondade
Que sempre acolhe os seus!

A Umbanda tem História?
Tem meu sinhô!
Basta ver sua trajetória
Nos exemplos de amor!

Mas, a Umbanda tem pressa?
Tem não fios meus!
Cem anos passa ligeiro
Tem fio que nem se apercebeu!

A Umbanda tem objetivo?
Com num tem seu dotôr!
Vem fazer a caridade
Em nome do nosso Mediador!

Mas, qual a cor da Umbanda?
Eu careço de saber!
Prá poder apensar nela
Dentro do meu camutuê!

Prá que tanto de avexame?
Nega veia já vai falar!
Suncê inda num aprendeu
Que agonia faiz é má!

Mas, que cor é essa minha preta?
Deixa de tanto arrudear!
E eu lhe arrespondo meu fio:
Ela é da Cor da Bandeira de Nosso Pai Oxalá!

Salve o Povo de Umbanda!

Mensagem recebida em 05 de maio de 2008, por Mãe Luzia Nascimento
Dirigente do Centro Espiritualista Luz de Aruanda
Terreiro
Filiado ao Centro Espiritualista Caboclo Pery

LARÓYÈ Exú, Exú é MOJUBÁ

Exu é como guardião e protetor.
Exu (origem africana) é o símbolo da fecundação e desenvolvimento.
Carinhosamente tratado como "Compadre", amigo íntimo sempre presente para defender seu protegido.
Não se pode de forma alguma relacionar os espíritos obsessores aos Exus, que realmente existem e viveram encarnados na Terra.
Não se pode de forma alguma confundir os Exus com o "Diabo", ser criado por outra religião.
Eles são orientados por Guias (Caboclos e Pretos Velhos). Trabalham como intermediários entre os Orixás e os homens em missão do bem para a humanidade. Formam numerosas Falanges, todas lideradas por grandes Chefes agindo no nosso mundo.
São criaturas como nós, já tendo encarnado e desencarnado na Terra por muitas vezes. Muitos até exerceram aqui no mundo os mais altos postos e posições, por seu saber e inteligência, onde cometeram grandes males, provocaram guerras, mas hoje, no espaço, esses sofredores orientados, buscam se regenerar.
Por suas condições, os Exus são usados, digamos assim, pelos Orixás e pelos Guias, para levar a justiça onde for preciso; dai atuarem também no terreno do mal, no sentido exceto da palavra, pois é a justiça do alto em ação, funcionando contra os perversos, os injustos, os desonestos, enfim.
Quando são bem recebidos, amados e respeitados, pelas suas vibrações poderosas, eles realizam trabalhos maravilhosos de curas, dão conselhos edificantes, praticam enfim o bem, semeando o eterno amor. São sublimes as suas realizações e sua atuação dentro da Umbanda prestando caridade é uma constante.
O clima que eles criam, de puras e sadias vibrações, beneficiam a todos os presentes, proporcionando-lhes alegria e contentamento. Devido à cobiça ou à ignorância de muita gente que os conhece mal, consideram eles maus, interesseiros, vingativos
As pessoas que andam certas na vida não devem temê-los, porque eles nada têm a ver com elas, só com os maus intencionados, os corruptos, os perversos, os interesseiros. Outras pessoas, como retorno dos males que mandaram-nos praticar em troca de presentes ou agrados, sofrem a lei do retorno.
Tal como nós, também um dia penetrarão na senda do amor, onde milhares deles já se encontram marchando rumo à perfeição, pois como tudo na natureza, na criação divina, também estão sujeitos à eterna lei da evolução, que conduz à felicidade eterna e verdadeira.
Exu é quem orienta os trabalhos práticos, abrindo as cerimônias como um guardião, sentinela e protetor de um Centro. Os trabalhos dos Compadres, suas provas assombrosas de força e poder, suas curas maravilhosas nas enfermidades dadas por incuráveis, nos mostra sua beleza de intenções.
Toda pessoa tem seu Exu particular, responsável pela força necessária ao seu desenvolvimento.
O vermelho e o negro são as suas cores representativas. O negro representa todo o culto em potência, sem diferenciação, sendo o primeiro elemento que dinamiza o culto e permite que ele se manifeste. Por coincidência ou não, no espectro visível do olho humano, vermelho é a vibração de menor frequência, abaixo do nível da qual tudo é negro, ausência de luz.
Sendo o senhor dos limites, inclusive no horário, seu momento mais próprio não poderia ser outro senão a fronteira entre os dias, isto é, a meia-noite.
Existem Exus na terra, no fogo, na água e no ar, bem como nas combinações desses elementos e nos estados de transição entre eles, incluindo os cemitérios. Têm a encruzilhada em "X" como seu local de força, por ser dominador de todos os caminhos.
Os Exus não possuem somente os nomes comumente conhecidos como Exu Marabô, Tiriri, Mangueira, etc. Têm seus nomes esotéricos ou cabalísticos: "Exu Tranca-Ruas", cujo nome esotérico, Senhor TARKEMACHE, que viveu neste mundo encarnado no Castelo de Cordevillee, sendo doutor e príncipe da Corte Francesa, na época de Richelieu; "Exu Tata Caveira", cujo nome esotérico, senhor PROCULO, foi químico; "Exu Meia-Noite", cujo nome esotérico, senhor HAEL, era um homem muito rico e belo, viveu em Apuaruma, terra onde hoje só existem vestígios e destroços, localizada na Serra do Congogi. Os Exus também podem possuir um terceiro nome, além do esotérico e do nome vulgarmente conhecido, isto é, o nome entre eles exus. Este nome é de conhecimento somente daqueles que são ligados estreitamente a eles e que ganharam sua confiança.
Exu abre as cerimônias do terreiro em dias de festa e de outras obrigações, é porteiro das matas, dando início para a colheita das ervas; dá conselhos, servindo de intermediário dos Orixás, aos homens; é controlador dos Eguns, inclusive determinando suas reencarnações e interlocutor nos jogos de búzios.
Nos Terreiros, Exu tem sua casa próximo à entrada dos mesmos, denominada "Ailê Okutá" ou "Ilêxus".
O "Padê" que se oferece a Exu no início dos trabalhos, quando se diz que está "despachando Exu", na realidade significa que estamos pedindo a Exu para botar para fora da casa os maus espíritos, permanecendo o Exu da Casa em seu devido lugar, ou seja, na porteira do Terreiro.
Os Exus normalmente aceitam qualquer comida, como bife cru ou cozido no azeite de dendê, com ou sem cebolas em rodelas, farofa d'água, de mel, de dendê, de fubá de milho, etc. Gostam de bebidas tais como Cachaça (marafo), Whisky, Vodka, sendo a primeira mais comum a eles. Apreciam charutos como também cigarros de palha, sendo machos, e cigarros comuns, quando fêmeas (pombagiras) .
Os Exus, assim como apreciam as comidas e as bebidas, também apreciam a indumentária, quando incorporados em seus "burros" (médiuns).
Através do tempo, o Exu poderá atingir graus de evolução espiritual enormes, de tal forma que poderão passar a integrar as falanges dos Caboclos e dos Pretos Velhos, praticando somente o bem, pelo simples prazer de praticá-los, porém não mais como Exus, mas sim como Caboclos e Pretos Velhos.

Santo Antônio de Pemba

Entre Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pemba há muita diferença.
Como o número de escravos era superior ao dos fidalgos, erigiu-se em cada fazenda uma capela com o Santo da devoção dos Senhores ou Sinhás das fazendas, onde um Sacerdote da Igreja Católica fazia seus ofícios religiosos.
Quando os escravos adotaram Santo Antônio de Lisboa por Santo Antônio de Pemba como Exu, fizeram-no por diversos motivos. O primeiros porque tinham que acompanhar o credo católico; o segundo para ludibriar a boa fé dos senhores das fazendas, pois proibiam que os mesmos professassem o seu culto africano; e o terceiro porque faziam suas festas com fogo, como fogueiras, etc., e o dono do fogo é Exu.
O dia de Santo Antônio de Pemba é 13 de junho, razão pela qual a Umbanda comemora nesta data o dia de Exu.

A Transfusão

Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeio.
Os missionários e duas crianças tiveram morte imediata e as restantes ficaram gravemente feridas. Entre elas uma menina de 8 anos, considerada em pior estado. Foi necessário chamar a ajuda por um rádio, e ao fim de algum tempo um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local. Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido ao traumatismo e a perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão, mas como?
Após vários testes rápidos, puderam perceber que ninguém ali possuía o tipo de sangue necessário. Reuniram as crianças e entre gesticulações, arranhadas no idioma tentaram explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar sangue.
Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar timidamente. Era um menino chamado Heng. Ele foi preparado às pressas ao lado da menina agonizante e espetaram-lhe uma agulha na veia. Ele se mantinha quieto e com o olhar no teto.
Passado um momento, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre. O médico perguntou-lhe se estava doendo e ele negou. Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas. O médico ficou preocupado e voltou a lhe perguntar, e novamente ele negou. Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso e ininterruptível. Era evidente que alguma coisa estava errada.
Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita vinda de outra ala. O médico pediu então que ela procurasse saber o que estava acontecendo com o Heng. Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando algumas coisas, e o rostinho do menino foi se aliviando... Minutos depois ele estava novamente tranquilo.
A enfermeira então explicou aos americanos:
· Ele pensou que ia morrer, não tinha entendido direito o que vocês disseram e estava achando que ia ter que dar TODO o seu sangue para a menina não morrer.
O médico se aproximou dele, e com a ajuda da enfermeira, perguntou-lhe:
· Mas, se era assim, por que então você se ofereceu a doar seu sangue para ela?
E o menino respondeu simplesmente:
· Ela era minha AMIGA!!!!
Autor desconhecido