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Mediunidade

Todo ser humano, de alguma forma, é intermediário das inteligências desencarnadas, ou seja, dos espíritos. O que acontece é que, muitos julgam por mediunidade apenas as questões relativas aos fenômenos mais aflorados, mas segundo a concepção espírita, todos somos, invariavelmente, médiuns, pois de alguma forma sofremos as influencias externa, ou influenciamos alguém. Nos templos de Umbanda é comum encontrarmos médiuns de todos os graus, todos dando muita atenção ao dom oracular, ou seja, o dom da incorporação, incorporando um mentor espiritual e através de seus conselhos e ensinamentos podendo então, ajudar seus semelhantes.

Mas as manifestações mediúnicas não se restringem somente nas incorporações, vejamos então, algumas das principais formas de manifestação mediúnica:

· Médiuns sensitivos ou Impressionáveis: São chamadas assim as pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos, por uma vaga impressão a qual nem sempre sabem explicar, essa faculdade mediúnica é indispensável para o desenvolvimento das outras. Esta sensibilidade é derivada da glândula pinear que fica localizada no mesocéfalo, na junção entre o celebro e a espinha dorsal.

· Médiuns de Efeito Físico: São aqueles particularmente aptos a produzirem fenômenos materiais como, o movimento de corpos inertes, a produção de ruídos, etc...

· Médiuns Audientes: São aqueles que ouvem a voz dos espíritos, que às vezes se fazem ouvir como uma voz interior e em outras como uma voz exterior, clara e distinta, qual a de uma pessoa encarnada.

· Médiuns Falantes: Neles o Espírito atua nos órgãos da palavra, geralmente o médium falante se exprime sem ter a consciência do que diz, embora se ache perfeitamente acordado e em seu estado normal, e outros em estado sonambúlico ou próximo ao sonambulismo. Essa faculdade mediúnica, quase sempre, é efeito de uma crise passageira, por isso há de se ter muito cuidado para não confundi-la com a imaginação.

· Médiuns Escreventes ou Psicógrafos: São aqueles que têm aptidão para obter a escrita direta dos espíritos, de todos os meios de comunicação espírita, esse é considerado pelos espíritas o mais simples e mais cômodo.

No movimento umbandista, as entidades normalmente manifestam pela Incorporação ou pela Radiação Intuitiva, onde o médium recebe as mensagens das entidades por meio da intuição, sem a necessidade da incorporação, sedo a incorporação a modalidade mediúnica mais utilizada, isso porque trazem as comunicações da “boca” dos próprios espíritos, ou seja, eles estão presentes no momento das manifestações, próximos aos médiuns, dando mais confiabilidade nas comunicações, já que podemos “ver” o espírito manifestado, reconhecendo-o através de seus próprios movimentos, ações, voz, etc, que se diferem totalmente das do médium, mostrando assim sua individualidade, o que possibilita o fortalecimento dos laços entre o espírito e o consulente.

As incorporações dividem-se em Inconsciente e Semiconscientes, isso de acordo com o grau de intervenção do médium. Na Incorporação Inconsciente, o espírito do médium se afasta e deixa que o espírito comunicante “assuma” o seu corpo físico, assim o médium não interfere na comunicação, mesmo seu espírito estando às vezes, consciente no plano astral. Já na Incorporação semiconsciente, o espírito do médium se afasta um pouco do corpo, mas mantém ligação consciente com ele, enquanto que o espírito comunicante assume as funções motoras do corpo físico do médium. A semiconsciência pode variar de intensidade, ou seja, o médium pode ter desde um grande grau de inconsciência ate um grau quase total de consciência. O médium, neste caso, tem enquanto dura a manifestação, alguns lampejos de consciência, mesmo assim, na maioria das vezes, após a manifestação ele não se lembra de nenhum fato ocorrido durante a mesma.

Há de se ressaltar um fato que é muito importante, na incorporação o espírito comunicante não entra no corpo físico do médium, mas apenas toma as rédias da situação, controlando o corpo físico com ou sem intervenção do médium, o espírito se aproxima do corpo, mas não o toma ou entra nele.

As ligações mediúnicas entre o espírito e o corpo físico do médium são efetuadas através do perispírito, ou corpo astral do médium, e para isso usam os chacras correspondentes a sua linha de atuação. Quando a entidade incorpora ou nos momentos pré-incorporativos, o médium sente uma mudança no seu campo vibracional, e é assim que consegue, com o tempo e experiência, distinguir uma entidade da outra, pois as vibrações energéticas de cada entidade se diferenciam uma das outras.

Em geral, a natureza das comunicações está sempre relacionada com a natureza moral do espírito e do médium, trazendo aí o cunho de sua elevação ou de sua inferioridade, de seu saber ou de sua ignorância. Também há de se observar que as comunicações de um espírito também são mais ou menos perfeitas, por tal ou qual intermediário de acordo com suas simpatias, baseados nisso, simplesmente é um erro querer obter, mesmo de um bom médium, boas comunicações em todos os gêneros mediúnicos conhecidos. É bom certificar-se sempre das qualidades morais do espírito que as transmitem, bem como das qualidades do médium, visto que este é o instrumento do qual se serve o espírito.

O problema maior, às vezes, está no desenvolvimento dessas faculdades mediúnicas, pois constantemente vemos vários dirigentes de Terreiros induzirem pessoas portadoras de determinados desequilíbrios a desenvolverem sua mediunidade, esse conselho é muito utilizado por pessoas que, às vezes, não tem um conhecimento estruturado sobre o assunto. Nesses casos, a prudência aconselha que se faça um tratamento espiritual, com afirmação em valores morais sólidos, afim de o companheiro em questão, possa se fortalecer espiritualmente, pois sua mediunidade guarda a característica de ser atormentada, porque ele se encontra, muitas das vezes, obsediado por espíritos que, em alguns casos, querem se vingar de um passado onde tiveram experiências em comum. Sendo assim, não se deve desenvolver algo que esteja enfermo, é preciso equilibrar suas energias, para depois assumir o compromisso na área mediúnica, se é que este realmente exista.

Há também o costume de alguns pais-de-santo, fazerem uma espécie de preparação com seus “filhos”, raspando-lhes a cabeça ou firmando seu Santo, seu Orixá regente. Esse costume se reporta aos cultos africanos e não propriamente dito a Umbanda. Nós umbandistas devemos reconhecer que a verdadeira preparação para um bom desenvolvimento mediúnico, é a elevação da nossa vida moral, esse sim é um dos valores indispensáveis em qualquer caminho que um filho de Deus se encontre, e que sempre baseados nas Leis da Caridade e do Amor, possamos seguir firmes nos objetivos elevados propostos pelos mentores espirituais da Umbanda. Mesmo assim alguns companheiros, que guardam em seus trabalhos raízes nesses cultos, e estão numa fase de transição para a Umbanda, continuam algumas vezes, com alguns costumes. Vejamos então, algumas observações para que tenhamos uma idéia aproximada do que acontece nesses cultos.

Quando um indivíduo se apresenta para ser preparado como “filho-de-santo”, é exigido que se recolha por um período, mais ou menos longo, numa “Camarinha”, espécie de cômodo onde ele fica recluso conforme a nação africana a qual pertença o culto, durante o período de reclusão, o “filho-de-santo" vai estreitando os laços fluídicos com o elemento dominado por seu Orixá. Passando o período que o culto exige, é realizada a raspagem do cabelo para se fazer à parte final, onde se apanha uma pedra, que nesses cultos é chamada de “Otá”, por processos normalmente conhecidos pelo pai-de-santo, e em alguns casos é feita uma pequena abertura no alto da cabeça do indivíduo, mais ou menos no lugar que corresponde ao chácara coronariano, e sacrificam animais derramando o sangue sobre esse “Otá”,assim fixando a força do Santo ou Orixá, que passa a ter então domínio sobre quem se submete a Ele. Mas o que nem todos sabem é que quando se realiza a matança de animais, e se derrama sangue sobre o “Otá”, atraem-se energias pesadas e entidades primitivas que se alimentam como vampiros desse energismo primário, e à medida que vão alimentando essas entidades com essas energias animalizadas e com o fluido vital dos animais sacrificados, vai criando um elo cada vez mais forte de ligação entre o médium e esses espíritos, gerando então, a dependência entre ambos, formando uma agrégora doentia, mórbida e de baixíssima vibração, onde essas entidades cada vez mais vão se fortalecendo e querendo ser atendidas em seus pedidos cada vez mais grosseiros, dando início aí aos rituais de magia negra, que vem fazendo muitas vítimas mundo a fora.

O que eles não sabem é que o processo não termina aí, quando o Filho-de-santo desencarna é aprisionado por essas entidades que se manifestam, muitas das vezes, disfarçadas tomando a forma dos Orixás. Ë claro que entidades veneradas e esclarecidas não precisam de sangue e oferendas para realizarem suas tarefas espirituais, mesmo assim, erroneamente continuam alimentando-as com sacrifícios, bebidas e ebós. Na verdade essas entidades não são os Orixás, mas os que chamam erroneamente como “Exus”, mas que na realidade são “Quiumbas”, espíritos grosseiros e atrasados, que disfarçados enganam essas almas infelizes, que muitas das vezes não escutam os conselhos dados pelos seus mentores espirituais, continuando na ignorância. Eles têm na Terra as vozes da Umbanda e as orientações do Espiritismo, mas se não querem ouvi-las, somente os séculos de dores e sofrimentos em futuras encarnações ou aprisionados nos pântanos do mundo espiritual, é que farão com que acordem para essa realidade tão assustadora, até lá, continuemos sempre trabalhando e nos instruindo, confiando sempre em nosso Pai Maior.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse texto é realmente muito interessante e esclarecedor. Sana dúvidas minhas que sempretive e procurava solucionar.
Gostei muito!
Abraços fraternos a todos!