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Lei de Salva

Numa atividade de caridade espiritual, com ou sem consulta com as Entidades Espirituais, não é correto a cobrança ou o pagamento de qualquer quantia em dinheiro, pois não existe o porquê disso. Sou radicalmente contra a cobrança de qualquer tipo de valor relativo ao atendimento espiritual, até porque o exercício é realizado por outro Ser, que pode ser uma Criança, um Caboclo, um Preto Velho, um Exu, ou qualquer Guia Espiritual de Luz, que tem um único propósito: nos ensinar o que é a Caridade. Eu acredito na máxima “daí de graça o que de graça recebeste” e fico indignada com o “comércio” criado através da dor e do desespero alheio ou quando observo a ilusão, a imaginação e a exploração quando se fala em demandas. Tudo para se ter o domínio sobre as pessoas menos esclarecidas e, claro, um rendimento financeiro extra. Assim como fico indignada e envergonhada quando ouço um “pai de santo” dizer que ‘todo trabalho deve ser cobrado, afinal de contas, é trabalho’.

Acredito que as compensações só nos fazem bem quando as recebemos do Divino, acredito que a segurança e a sustentabilidade só quem pode nos dar é o Divino, portanto acredito que não há dinheiro que pague a proteção, o amor, a força e as bênçãos que os Guias Espirituais podem nos dar e para isso eles não cobram nada, somente disciplina e amor. No entanto, certa ou errada, existe a chamada “Lei de Salva” e cada um terá o discernimento e o livre arbítrio de pagar ou receber. A Lei de Salva é utilizada nos trabalhos que envolvem Magia, exclusivamente voltada às questões que exigem o combate a Magia Negativa e quando se exige do indivíduo o esforço físico ou intelectual. Mas para entendê-la melhor reproduzo em seguida as palavras de Mestre Yapacani, no seu livro “Umbanda e o Poder da Mediunidade” (1987 – 3a. edição – Livraria Freitas Bastos p. 77-80), para que cada um possa ter o seu discernimento e, claro, a sua opção de escolha.

“Mas o que é, em verdade, a lei de salva? Tentaremos explicar isso direitinho, pondo os pontos nos is, que é para tirarmos a máscara de muitos falsos “chefes-de-terreiros”ou “babás”, ou que outro qualificativo lhes queiram dar, que fazem disso a “galinha dos ovos de ouro”… Essa lei de salva é tão antiga quanto o uso da magia. Existe desde que a humanidade nasceu. Os magos do passado jamais se descuidavam de sua regra, ou seja, da lei de compensação que rege toda ou qualquer operação mágica, quer seja para empreendimentos de ordem material, quer implique em benefícios humanos de qualquer natureza, especialmente nos casos que são classificados na Umbanda como de demandas, descargas, desmanchos etc.

Dessa lei de salva, ou regra de compensação sobre os trabalhos mágicos, nos dão notícia certos ensinamentos esotéricos com a denominação de lei de Amsra… Nenhum magista pode executar uma operação mágica tão somente com o pensamento e “mãos vazias” – isto é, sem os elementos materiais indispensáveis e adequados aos fins… Essa história de pura magia mental é conversa para entreter mentalidades infantis ou não experimentadas nesse mister. Qualquer ato ou ação de magia propriamente dita requer os materiais adequados, sejam eles grosseiros ou não. Vão dos vegetais às flores, aos perfumes, aos incensos, as plantas aromáticas, às águas dessa ou daquela procedência até ao sangue do galo ou bode preto. A questão é definir o lado: – ou é esquerda, ou é direita, negra ou branca. Ora, como toda ação mágica traz sua reação, um desgaste, uma obrigação ou uma responsabilidade e uma consequência imprevisível (em face do jogo das forças movimentadas) é imprescindível que o médium-magista esteja coberto ou que lhe seja fornecida a necessária cobertura material ou financeira a fim de poder enfrentar a qualquer instante essas possíveis condições… Então é forçoso que tenha uma compensação.

Aí é que entra a chamada lei de salva, ou simplesmente SALVA… Mesmo porque, todo aquele que, dentro da manipulação das forças mágicas ou da magia, dá, dá e dá sem receber nada, tende fatalmente a sofrer um desgaste, pela natural reação de uma lei oculta que podemos chamar de vampirização fluídica astral, que acaba por lhe enfraquecer as forças ou as energias psíquicas… E naturalmente o leitor, se é médium iniciado na Umbanda, nessa altura deve estar interessadíssimo em saber como será essa compensação. Claro, vamos dizer como é a regra, para que você possa extrair dela o que seu senso de honestidade ditar: DE QUEM TEM, PEÇA TRÊS, TIRE DOIS E DÊ UM A QUEM NÃO TEM; E DE QUEM NÃO TEM, NADA PEÇA E DE ATÉ DÊ SEU PRÓPRIO VINTÉM. (…) É claro que essa lei de salva ou de compensação, própria e de uso exclusivo em determinados trabalhos de magia, não pode ser aplicada em todos os “trabalhinhos” corriqueiros que se pretenda ser de ordem mágica.”

Como vimos, a lei de salva está totalmente imbricada com a honestidade de quem a aplica, com o discernimento ético, e principalmente com o uso adequado da regra acima estabelecida. O uso indiscriminado e abusivo, como vemos existir em muitos lugares, de qualquer tipo, já não só de magia, mas para tudo e em qualquer circunstância, inclusive até para se acender uma simples vela, é deplorável, desonesto e voltado exclusivamente para o enriquecimento ilícito do cobrador, que se vale da necessidade alheia, do desespero de causa e da ingenuidade da maioria para explorar e garantir seu sustento e sobrevivência através da Umbanda, que diz praticar e ser médium, chefe-de-terreiro, dirigente de casas abertas, sacerdotes e sacerdotisas “confiáveis” e de “credibilidade”.

A lei de salva é uma regra inviolável, ela também tem a sua contra-parte de retorno para aqueles que dela abusam. Como diz Mestre Yapacani: “É triste vermos como a queda desses verdadeiros médiuns magistas é vergonhosa, desastrosa até… Começa acontecer cada uma a esses infelizes! Desavenças no lar, separações, amigações, neuroses, bebida, jogo e uma série de “pancadarias” sem fim, inclusive o desastre econômico (…) e no final de tudo, verdadeiros trapos-humanos (…).”

Um ótimo final de semana a todos e Muito Axé!

Escrito por Mãe Mônica Caraccio

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