Não nos agrada abordar assunto de tamanha gravi-dade, que, infelizmente, tem tomado proporções pe-rigosas dentro do Movimento Umbandista, por con-ta de alguns ditos médiuns. No entanto, premidos pela imperiosa necessidade de alertarmos e orientar-mos médiuns e assistentes a não serem vítimas de elementos de caráter duvidoso, que tentam contami-nar nossa religião de fé, é que passamos a discorrer sobre o presente tema. Sabemos que a mediunidade, seja ela de incorporação, de transporte, psicográfica e outras mais, é uma faculdade ofertada pelo Cria-dor, antes mesmo de reencarnarmos, com os fins es-pecíficos de servirmos de instrumentos à missão dos espíritos; para acelerarmos nosso progresso espiri-tual através da caridade; e também para que nossos amigos Caboclos, Pretos-Velhos, Exus e Crianças possam subir os degraus da escala espírito-evolu-tiva. Deste modo, a mediunidade constitui-se em um modo de nos redimirmos de faltas pretéritas (mediu-nidade expiatória); de alcançarmos progresso espiri-tual individual (mediunidade evolutiva); e, de igual forma, cumprirmos metas frente a uma determinada coletividade e conseqüente progresso espiritual da humanidade (mediunidade missionária). Neste sen-tido, a faculdade mediúnica tem como um de seus atributos maiores o “dar de graça o que de graça foi recebido”,vale dizer, sermos veículos gratuitos de ação dos bons espíritos para auxílio ao próximo, encarnados ou não, assim como a mediunidade nos foi concedida por Deus para nos auxiliar em nossa jornada. A partir daí, observamos que o médium deve imbuir-se dos mais nobres sentimentos exis-tentes e dedicar-se desinteressadamente a amparar e orientar aqueles que, por razões diversas, não con-seguem, sozinhos, suplantar suas angustias e sofri-mentos. E nada mais salutar do que vermos um ir-mão outrora combalido pelas intempéries terrenas, levantar-se espiritualmente e retomar seu caminho, de cabeça em pé, seguindo as diretrizes do Plano Astral Superior. Fica claro então que a mediunidade jamais poderá ser exercida como profissão, onde o vil metal eleva-se como fator preponderante, rele-gando-se a segundo plano o fim caritativo de tal ati-vidade. Com dissabor, ainda detectamos em alguns templos umbandistas pessoas que encaram a mediu-nidade, não como forma de alimentação espiritual à almas doentes, mas sim como meio de sustento de seus próprios interesses. Estes, devido ao seu des-virtuamento comportamental, ficam preocupados a atentos somente com o que é arrecadado durante uma gira ou sessão, ou a cobrar por consultas aos espíritos. Certamente, quem desta maneira age, atrai para si, consoante a Lei de Afinidade, espíritos ava-rentos, com cobiça, apegados ainda à moeda terrena. E o resultado é previsível. Longe de nós sermos contra o pagamento de mensalidades para a manu-tenção das instalações do espaço de caridade. Não nos opomos também ao funcionamento de cantinas. Mas, daí a fazerem uso do numerário arrecadado pa-ra sustento próprio, vai uma grande diferença.
Mais vale vender balas em trem, churrasqui-nhos na rua, que constituem-se em atividades tão honestas e nobres como outras, do que va-ler-se da bondade, do desespero e da fé das pes-soas para seu próprio sustento, de base imoral e ilegítima. Reflitam, umbandistas!!!
Jornal Umbanda Hoje
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