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Chico Xavier


FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

TRAÇOS BIOGRÁFICOS

I – NASCIMENTO. SUA INICIAÇÃO ESPÍRITA

O maior e mais prolífico médium psicógrafo do mundo em todas as épocas nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, em 2 de abril de 1910. Vive, desde 1959, em Uberaba, no mesmo Estado. Completou o curso primário, apenas.

Pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente. Infância difícil; foi caixeiro de armazém e modesto funcionário público, aposentado desde 1958.

Em 7 de maio de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Até 1931 recebe muitas poesias e mensagens, várias das quais saíram a público, estampadas à revelia do médium em jornais e revistas, como de autoria de F. Xavier. Nesse mesmo ano, vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual até sua morte.



II – O MENINO CHICO

Desde os 4 anos de idade o menino Chico teve a sua vida assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou, inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por outro… Aquele seu filho era estranho!… De formação católica, o garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara D. Maria João de Deus, a querida mãezinha, que o deixaria órfão aos 5 anos.

Dentro de grandes conflitos e extremas dificuldades, o menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma palavra obscena, de um gesto de desobediência.

As “sombras” amigas, porém, não o deixavam… Conversava com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais.

O certo é que os seus primeiros anos o marcaram profundamente; ele nunca os esqueceu… A necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi em sua vida, conforme ele mesmo o diz, uma bênção indefinível.

Sim, a doença também viera precocemente fazer-lhe companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na tecelagem; depois os olhos; agora é a angina.



III – COMEÇO DO SEU MEDIUMATO

Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) iniciou, publicamente, seu mandato mediúnico em 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo.

Contando 17 anos de idade, recebeu as primeiras páginas mediúnicas.

Em noite memorável, os Espíritos deram início a um dos trabalhos mais belos de toda a história da humanidade. Dezessete folhas de papel foram preenchidas, celeremente, versando sobre os deveres do espírita-cristão.

Depoimento de Chico Xavier:

(…) “Era uma noite quase gelada e os companheiros que se acomodavam junto à mesa me seguiram os movimentos do braço, curiosos e comovidos. A sala não era grande, mas, no começo da primeira transmissão de um comunicado do mais Além, por meu intermédio, senti-me fora de meu próprio corpo físico, embora junto dele. No entanto, ao passo que o mensageiro escrevia as dezessete páginas que nos dedicou, minha visão habitual experimentou significativa alteração. As paredes que nos limitavam o espaço desapareceram. O telhado como que se desfez e, fixando o olhar no alto, podia ver estrelas que tremeluziam no escuro da noite. Entretanto, relanceando o olhar no ambiente, notei que toda uma assembléia de entidades amigas me fitavam com simpatia e bondade, em cuja expressão adivinhava, por telepatia espontânea, que me encorajavam em silêncio para o trabalho a ser realizado, sobretudo, animando-me para que nada receasse quanto ao caminho a percorrer.”



IV – EMMANUEL E DUAS ORIENTAÇÕES PARA O RESTO DA VIDA

Emmanuel, nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier, deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado.

Eis a primeira.

- “Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com Jesus?

- Sim, se os bons espíritos não me abandonarem… – respondeu o médium.

- Não será você desamparado – disse-lhe Emmanuel – mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem.

- E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? – tornou o Chico.

- Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o Serviço…

Porque o protetor se calasse o rapaz perguntou:

- Qual é o primeiro?

A resposta veio firme:

- Disciplina.

- E o segundo?

- Disciplina.

- E o terceiro?

- Disciplina.”

A segunda mais importante orientação de Emmanuel para o médium é assim relembrada:

- “Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.”



V – PRODUÇÃO LITERÁRIA

Em 1932 publica a FEB seu primeiro livro, o famoso “Parnaso de Além-Túmulo”; hoje as obras que psicografou vão a mais de 400. Várias delas estão traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc.

De moral ilibada, realmente humilde e simples, Chico Xavier jamais auferiu vantagens, de qualquer espécie, da mediunidade. Sua vida privada e pública tem sido objeto de toda especulação possível, na informação falada, escrita e televisionada. Apodos e críticas ferinas, têm-no colhido de miúdo, sabendo suportá-los com verdadeiro espírito cristão.

Viajou com o médium Waldo Vieira aos Estados Unidos e à Europa, onde visitaram a Inglaterra, a França, a Itália, a Espanha e Portugal, sempre a serviço da Doutrina Espírita.

Chico Xavier é hoje uma figura de projeção nacional e internacional, suas entrevistas despertam a atenção de milhares de pessoas, mesmo alheias ao Espiritismo; tem aparecido em programas de TV, respondendo a perguntas as mais diversas, orientando as respostas pelos postulados espíritas. Já recebeu o título de Cidadão Honorário de várias cidades: Rio Preto, São Bernardo do Campo, Franca, Campinas, Santos, Catanduva, em São Paulo; Uberlândia, Araguari e Belo Horizonte, em Minas Gerais; Campos, no Estado do Rio de Janeiro, etc., etc.

Dos livros que psicografou já se venderam mais de 12 milhões de exemplares, só dos editados pela FEB, em número de 88.

“Parnaso de Além-Túmulo”, a primeira obra publicada em 1932, provocou (e comprovou) a questão da identificação das produções mediúnicas, pelo pronunciamento espontâneo dos críticos, tais como Humberto de Campos, ainda vivo na época, Agripino Grieco, severo crítico literário, de renome nacional, Zeferino Brasil, poeta gaúcho, Edmundo Lys, cronista, Garcia Júnior, etc.

Prefaciando “Parnaso de Além-Túmulo”, escreveu Manuel Quintão: “Romantismo, Condoreirismo, Parnasianismo, Simbolismo, aí se ostentam em louçanias de sons e de cores, para afirmar não mais subjetiva, mas objetivamente, a sobrevivência de seus intérpretes. É ler Casimiro e reviver ‘Primaveras’; é recitar Castro Alves e sentir ‘Espumas Flutuantes’; é declamar Junqueiro e lembrar a ‘Morte de D. João’; é frasear Augusto dos Anjos e evocar ‘Eu’.”

Romances históricos formam a série Romana, de Emmanuel, composta de: “Há 2000 Anos…”, “50 Anos Depois”, “Ave, Cristo!”,”Paulo e Estevão”, provocando a elaboração do “Vocabulário Histórico-Geográfico dos Romances de Emmanuel”, de Roberto Macedo, estudo elucidativo dos eventos históricos citados nas obras. “Há 2000 Anos…” é o relato da encarnação de Emmanuel à época de Jesus.

De Humberto de Campos (Espírito), aparece, em 1938, o profético e discutido “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, uma história de nossa pátria e dos fatos e ela ligados, em dimensão espiritual.

A série André Luiz é reveladora, doutrinária e científica; com obras notáveis e a maioria completa, no tocante à vida depois da desencarnação, obras anteriores, de Swedenborg, A. Jackson Davis, Cahagnet, G. Vale Owen e outros. Pertencem a essa série: “Nosso Lar”, “Os Mensageiros”, “Missionários da Luz”, “Obreiros da Vida Eterna”, “No Mundo Maior”, “Agenda Cristã”, “Libertação”, “Entre a Terra e o Céu”, “Nos Domínios da Mediunidade”, “Ação e Reação”, “Evolução em dois Mundos”, “Mecanismos da Mediunidade”, “Conduta Espírita”, “Sexo e Destino”, “Desobsessão”, “E a Vida Continua…”.

De parceria com o médium Waldo Vieira, Chico Xavier psicografou 17 obras. A extraordinária capacidade mediúnica de Chico Xavier está comprovada pela grande quantidade de autores espirituais, da mais elevada categoria, que por seu intermédio se manifestam.

Vários de seus livros foram adaptados para encenação no palco e sob a forma de radionovelas e telenovelas.

O dom mediúnico mais conhecido de Francisco Xavier é o psicográfico. Não é, todavia, o único. Tem ele, e as exercita constantemente, outras mediunidades, tais como: psicofonia, vidência, audiência, receitista, e outras.

Sua vida, verdadeiramente apostolar, dedicou-a, o médium, aos sofredores e necessitados, provindos de longínquos lugares, e também aos afazeres medianeiros, pelos quais não aceita, em absoluto, qualquer espécie de paga. Os direitos autorais ele os tem cedido graciosamente a várias Editoras e Casas Espíritas, desde o primeiro livro.

Sua vida e sua obra têm sido objeto de numerosas entrevistas radiofônicas e televisadas, e de comentários em jornais e revistas, espíritas ou não, e em livros dos quais podemos citar: o opúsculo intitulado “Pinga-Fogo, Entrevistas”, obra publicada pelo Instituto de Difusão Espírita, de Araras; “Trinta Anos com ChicoXavier”, de Clóvis Tavares; “No Mundo de Chico Xavier”, de Elias Barbosa; “Lindos Casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama; “40 Anos no Mundo da Mediunidade”, de Roque Jacinto; “A Psicografia ante os Tribunais”, de Miguel Timponi; “Amor e Sabedoria de Emmanuel”, de Clóvis Tavares; “Presença de Chico Xavier”, de Elias Barbosa; “Chico Xavier Pede Licença”, de Irmão Saulo, pseudônimo de Herculano Pires; “Nosso Amigo Xavier”, de Luciano Napoleão; “Chico Xavier, o Santo dos Nossos Dias” e “O Prisioneiro de Cristo”, de R. A. Ranieri; “Chico Xavier – Mandato de Amor”, da U.E.M.; “As Vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior, etc. .



VI – O CASO HUMBERTO DE CAMPOS



Desencarnado em 1934 o festejado escritor brasileiro Humberto de Campos, o Espírito deste iniciou, em 1937, pela mediunidade de Chico Xavier, a transmissão de várias obras de crônicas e reportagens, todas editadas pela Federação Espírita Brasileira, entre as quais sobressai “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.

Eis senão quando, em 1944, a viúva de Humberto de Campos ingressa em juízo, movendo um processo, que se torna célebre, contra a Federação Espírita Brasileira e Francisco Cândido Xavier, no sentido de obter uma declaração, por sentença, de que essa obra mediúnica “é ou não do ‘Espírito’ de Humberto de Campos”, e que em caso afirmativo, se apliquem as sanções previstas em Lei.

O assunto causou muita polêmica e, durante um bom tempo, ocupou espaço nos principais periódicos do País. Para que tenhamos uma idéia do que representou o referido processo na divulgação dos postulados espíritas, resumimos aqui alguns dos principais depoimentos da época extraídos da obra do Dr. Miguel Timponi, o principal advogado que trabalhou na defesa do médium e da FEB. Antes, porém, sintamos a beleza das palavras a seguir, enfeixadas no livro A Psicografia ante os Tribunais:

“Entretanto, lá do Nordeste, desse Nordeste de encantamentos e de mistérios, a voz cheia de ternura e de emoção, de uma velhinha santificada pela dor e pelo sofrimento, D. Ana de Campos Veras, extremosa mãe do querido e popular escritor, rompeu o silêncio para ofertar ao médium de Pedro Leopoldo a fotografia do seu próprio filho, com esta expressiva dedicatória:

‘Ao Prezado Sr. Francisco Xavier, dedicado intérprete espiritual do meu saudoso Humberto, ofereço com muito afeto esta fotografia, como prova de amizade e gratidão.

Da crª. atª. Ana de Campos Veras Parnaíba, 21-5-38.’

Conforme se vê da edição de ‘O Globo’ de 19 de julho de 1944, essa exma. senhora confirma que o estilo é do seu filho e assegura ao redator de ‘O Povo’ e ‘Press Parga’:

“- Realmente – disse dona Ana Campos – li emocionada as Crônicas de Além-Túmulo, e verifiquei que o estilo é o mesmo de meu filho. Não tenho dúvidas em afirmar isso e não conheço nenhuma explicação científica para esclarecer esse mistério, principalmente se considerarmos que Francisco Xavier é um cidadão de conhecimentos medíocres. Onde a fraude? Na hipótese de o Tribunal reconhecer aquela obra como realmente da autoria de Humberto, é claro que, por justiça, os direitos autorais venham a pertencer à família. No caso, porém, de os juízes decidirem em ontrário, acho que os intelectuais patriotas fariam ato de justiça aceitando Francisco Cândido Xavier na Academia Brasileira de Letras… Só um homem muito inteligente, muito culto, e de fino talento literário, poderia ter escrito essa produção, tão identificada com a de meu filho.”

Na noite de 15 de julho de 1944, quando o processo atingia o clímax, o Espírito Humberto de Campos retorna pelo lápis do médium Chico Xavier, tecendo, no seu estilo inconfundível, uma belíssima e emocionante página sobre o triste problema levantado pela incompreensão humana, página que pode ser devidamente apreciada no livro “A Psicografia ante os Tribunais”.

Daí por diante, ele passou a assinar-se, simplesmente, Irmão X, versão evangelizada do Conselheiro XX, como era conhecido nos meios literários quando encarnado. A Autora, D. Catarina Vergolino de Campos, foi julgada carecedora da ação proposta, por sentença de 23 de agosto de 1944, do Dr. João Frederico Mourão Russell, juiz de Direito em exercício na 8ª Vara Cível do antigo Distrito Federal. Tendo ela recorrido dessa sentença, o Tribunal de Apelação do antigo DF manteve-a por seus jurídicos fundamentos, tendo sido relator o saudoso ministro Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa.



VII – O AMOR DE CHICO XAVIER POR JESUS



Depoimento de Chico Xavier:

“(…) Deus nos permita a satisfação de continuar sempre trabalhando na Grande Causa d’Ele, Nosso Senhor e Mestre.

Desde criança, a figura do Cristo me impressiona. Ao perder minha mãe, aos cinco janeiros de idade, conforme os próprios ensinamentos dela, acreditei n’Ele, na certeza de que Ele me sustentaria. Conduzido a uma casa estranha, na qual conheceria muitas dificuldades para continuar vivendo, lembrava-me d’Ele, na convicção de que Ele era um amigo poderoso e compassivo que me enviaria recursos de resistência e ao ver minha mãe desencarnada pela primeira vez, com o cérebro infantil sem qualquer conhecimento dos conflitos religiosos que dividem a Humanidade, pedi a ela me abençoasse segundo o nosso hábito em família e lembro-me perfeitamente de que perguntei a ela:

- Mamãe, foi Jesus que mandou a senhora nos buscar?

Ela sorriu e respondeu:

- Foi sim, mas Jesus deseja que vocês, os meus filhos espalhados, ainda fiquem me esperando…

Aceitei o que ela dizia, embora chorasse, porque a referência a Jesus me tranqüilizava. Quando meu pai se casou pela segunda vez e a minha segunda mãe mandou me buscar para junto dela, notando-lhe a bondade natural, indaguei:

- Foi Jesus quem enviou a senhora para nos reunir?

Ela me disse:

- Chico, isso não sei…

Mas minha fé era tamanha que respondi:

- Foi Ele sim… Minha mãe, quando me aparece, sempre me fala que Ele mandaria alguém nos buscar para a nossa casa.

E Jesus sempre esteve e está em minhas lembranças como um Protetor Poderoso e Bom, não desaparecido, não longe mas sempre perto, não indiferente aos nossos obstáculos humanos, e sim cada vez mais atuante e mais vivo.”



VIII – ISMAEL



Não se pode negar o sentimento de veneração que envolve a nobre figura de Ismael, guia espiritual do Brasil. A responsabilidade que detém, na condição de mentor da Federação Espírita Brasileira suscita, da parte da comunidade espírita nacional, um profundo respeito, aliado a um imenso carinho e uma suave ternura.

Certa vez, indagaram a Chico Xavier:

- Como se processam os encontros, nas esferas resplandecentes da Espiritualidade, de Emmanuel com Ismael?

Qual a postura do admirável Espírito do ex-senador romano, diante da também luminosa entidade a quem confiou Jesus os destinos do Brasil?

Resposta do médium, curta, serena e firme:

- De joelhos!



IX – BREVES DEPOIMENTOS SOBRE O MÉDIUM CHICO XAVIER

……….

“A bibliografia mediúnica, que foi acrescida à literatura espírita, nestes últimos cinqüenta anos, nascida do lápis de Chico Xavier – e o espaço não nos permite, sequer, considerações ligeiras sobre suas páginas -, é vultosa, considerável. É qualitativamente admirável. Poderíamos, sem dificuldade, num exame sereno e com absoluta isenção, dividir a obra mediúnica, orientada por Emmanuel, igualmente em fases perfeitamente delineadas, dentro de duas grandes divisões: a primeira, provando a sobrevivência e a imortalidade do espírito – ‘Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho’ – seguida de uma panorâmica da História universal – ‘A Caminho da Luz’ e de alguns manuais do maior valor: ‘Emmanuel, Dissertações Mediúnicas’, ‘O Consolador’, ‘Roteiro’, etc. Enfim, muitos estudos interessantes e instrutivos virão, a seu tempo. E a obra de Francisco Cândido Xavier, criteriosamente traduzida, estará, tempestivamente, à disposição dos leitores do mundo inteiro, juntamente com a de Allan Kardec e da dos autores que cuidaram dos escritos subsidiários e complementares da Codificação. Mas, enquanto isso, e para que tudo ocorra com a tranqüilidade que se almeja na difusão conscienciosa e responsável da Doutrina dos Espíritos, seria de bom alvitre não perder de vista o fato de que Chico Xavier jamais teria obtido êxito, como instrumento do Alto, se não tivesse seguido a rígida disciplina que lhe foi sugerida por Emmanuel, testemunhando e permanecendo na exemplificação do amor ao próximo e do amor a Deus, vivendo o Evangelho. Francisco Thiesen – Presidente da Federação Espírita Brasileira”

__________

(Fonte: “Revista Internacional de Espiritismo”, número 6, Ano LII, julho de 1977.)

***

“…Não me considero à altura para escrever algo sobre o Chico. Dele, dão testemunho (e que testemunho!) as belas obras que semeou e semeia por esse Brasil afora, com reflexos benéficos em diversas nações do mundo. E quando digo ‘obras’, refiro-me não só à palavra escrita e falada, como também aos seus exemplos de caridade, de perdão, de fé, de humildade, aos seus diálogos fraternos e frutíferos, enfim, à sua multiforme vivência evangélica junto a pobres e ricos, num trabalho diário de edificação e levantamento de espíritos.”

“Conheço o Chico há bastante tempo. Nos seus livros mediúnicos encontrei forças, luz e paz, e através de suas cartas pude sentí-lo e amá-lo bem no fundo do seu ser. Por várias vezes chorei com suas preocupações e sua dor, vivendo-lhe as graves responsabilidades e lamentando a incompreensão dos homens. Mas sempre orei pedindo ao Senhor que não lhe tirasse o pesado fardo dos ombros e, sim, que o ajudasse a carregá-lo. Graças a Deus, o nosso caro Chico tem vencido todas as dificuldades e todos os óbices do caminho, numa maratona hercúlea que realmente o dignifica aos olhos dos homens e aos olhos do Pai.”

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(Trechos da carta do Sr. Zêus Wantuil, 3° secretário da Federação Espírita Brasileira, à presidente da União Espírita Mineira) (Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 172, maio/julho de 1977.)



X – A PALAVRA DE CHICO XAVIER AO COMPLETAR QUARENTA ANOS DE MEDIUNIDADE (1967)



“Estes quarenta anos de mediunidade passaram para o meu coração como se fossem um sonho bom. Foram quarenta anos de muita alegria, em cujos caminhos, feitos de minutos e de horas, de dias, só encontrei benefícios, felicidades, esperanças, otimismo, encorajamento da parte de todos aqueles que o Senhor me concedeu, dos familiares, irmãos, amigos e companheiros. Quarenta anos de felicidade que agradeço a Deus em vossos corações, porque sinto que Deus me concedeu nos vossos corações, que representam outros muitos corações que estão ausentes de nós. Agora, sinto que Deus me concedeu por vosso intermédio uma vida tocada de alegrias e bênçãos, como eu não poderia receber em nenhum outro setor de trabalho na Humanidade. Beijo-vos, assim, as mãos, os corações. Quanto ao livro, devo dizer que, certa feita, há muitos anos, procurando o contato com o Espírito de nosso benfeitor Emmanuel, ao pé de uma velha represa, na terra que me deu berço na presente encarnação, muitas vezes chegava ao sítio, pela manhã, antes do amanhecer. E quando o dia vinha de novo, fosse com sol, fosse com chuva, lá estava, não muito longe de mim, um pequeno charco. Esse charco, pouco a pouco se encheu de flores, pela misericórdia de Deus, naturalmente. E muitas almas boas, corações queridos, que passavam pelo mesmo caminho em que nós orávamos, colhiam essas flores, e as levavam consigo com transporte de alegria e encantamento. Enquanto que o charco era sempre o mesmo charco. Naturalmente, esperando também pela misericórdia de Deus, para se transformar em terra proveitosa e mais útil. Creio que nesses momentos, em que ouço as palavras desses corações maravilhosos, que usaram o verbo para comentar o aparecimento desses cem livros, agora cento e dois livros, lembro este quadro que nunca me saiu da memória, para declararvos que me sinto na condição do charco que, pela misericórdia de Deus, um dia recebeu essas flores que são os livros, e que pertencem muito mais a vós outros do que a mim. Rogo, assim, a todos os companheiros, que me ajudem através da oração, para que a luta natural da vida possa drenar a terra pantanosa que ainda sou, na intimidade do meu coração, para que eu possa um dia servir a Deus, de conformidade com os deveres que a Sua infinita misericórdia me traçou. E peço, então, permissão, em sinal de agradecimento, já que não tenho palavras para exprimir a minha gratidão. Peço-vos, a todos, licença para encerrar a minha palavra despretensiosa, com a oração que Nosso Senhor Jesus Cristo nos legou.”

___________

(Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 137, abril/maio/junho de 1970.)



XI – NA TAREFA MEDIÚNICA



“Pergunta – Em seu primeiro encontro com Emmanuel, ele enfatizou muito a disciplina. Teria falado algo mais?

Resposta – Depois de haver salientado a disciplina como elemento indispensável a uma boa tarefa mediúnica, ele me disse:

‘Temos algo a realizar.’ Repliquei de minha parte qual seria esse algo e o benfeitor esclareceu: ‘Trinta livros pra começar!’

Considerei, então: como avaliar esta informação se somos uma família sem maiores recursos, além do nosso próprio trabalho diário, e a publicação de um livro demanda tanto dinheiro!… Já que meu pai lidava com bilhetes de loteria, eu acrescentei: será que meu pai vai tirar a sorte grande?

Emmanuel respondeu: ‘Nada, nada disso. A maior sorte grande é a do trabalho com a fé viva na Providência de Deus. Os livros chegarão através de caminhos inesperados!’

Algum tempo depois, enviando as poesias de ‘Parnaso de Além- Túmulo’ para um dos diretores da Federação Espírita Brasileira, tive a grata surpresa de ver o livro aceito e publicado, em 1932. A este livro seguiram-se outros e, em 1947, atingimos a marca dos 30 livros.

Ficamos muito contentes e perguntei ao amigo espiritual se a tarefa estava terminada. Ele, então, considerou, sorrindo: ‘Agora, começaremos uma nova série de trinta volumes!’ Em 1958, indaguei-lhe novamente se o trabalho finalizara. Os 60 livros estavam publicados e eu me encontrava quase de mudança para a cidade de Uberaba, onde cheguei a 5 de janeiro de 1959. O grande benfeitor explicou-me, com paciência: ‘Você perguntou, em Pedro Leopoldo, se a nossa tarefa estava completa e quero informar a você que os mentores da Vida Maior, perante os quais devo também estar disciplinado, me advertiram que nos cabe chegar ao limite de cem livros.’ Fiquei muito admirado e as tarefas prosseguiram. Quando alcançamos o número de 100 volumes publicados, voltei a consultá-lo sobre o termo de nossos compromissos. Ele esclareceu, com bondade: ‘Você não deve pensar em agir e trabalhar com tanta pressa. Agora, estou na obrigação de dizer a você que os mentores da Vida Superior, que nos orientam, expediram certa instrução que determina seja a sua atual reencarnação desapropriada, em benefício da divulgação dos princípios espíritas-cristãos, permanecendo a sua existência, do ponto de vista físico, à disposição das entidades espirituais que possam colaborar na execução das mensagens e livros, enquanto o seu corpo se mostre apto para as nossas atividades.’

Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar na recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da minha vida atual?

Emmanuel acentuou: ‘Sim, não temos outra alternativa!’ Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei a interrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita ensina que somos portadores do livre arbítrio para decidir sobre os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deu um sorriso de benevolência paternal e me cientificou: ‘A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, de certo que eles terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!’

Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamar de ‘Desígnios de Cima.’ “

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(Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 205, abril/junho de 1988.)



XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS



Em 1997, Chico Xavier completou 70 anos de incessante atividade mediúnica, da maior significação espiritual, em prol da Humanidade, abrangendo seus mais diversos segmentos.

Até a presente data, outubro de 1997, Francisco Cândido Xavier psicografou mais de 400 (quatrocentas) obras mediúnicas, de centenas de autores espirituais, abarcando os mais diversos e diferentes assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas, história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura infantil, etc.

Dias e noites têm sido por ele ofertados aos seus semelhantes, com sacrifício da própria saúde. Problemas orgânicos acompanharam-lhe a mocidade e a madureza. Hoje, nos abençoados 87 anos de sua vida corporal, as dificuldades físicas continuam trazendo-lhe problemas. Releva observar que as doenças oculares a as intervenções cirúrgicas jamais o impediram de cumprir, fiel e dignamente, sua missão de amparo aos necessitados. Sua postura é uma só, obedece a uma só diretriz: amor ao próximo, desinteresse ante os bens materiais, preocupação exclusiva e constante com a felicidade do próximo.

Ricos e pobres, velhos e crianças, homens e mulheres de todos os níveis sociais têm encontrado, no homem e no médium Chico Xavier, tudo quanto necessitam para o reajuste interior, para o crescimento, em função do conhecimento e da bondade.

Francisco Cândido Xavier é um presente do Alto ao século XX, enriquecendo-lhe os valores com a sua vida de exemplar cidadão, com milhares de mensagens psicográficas que, em catadupas de paz e luz, amor e esclarecimento, vêm fertilizando o solo planetário, sob a luminar supervisão do Espírito Emmanuel.

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Fonte: NOTA DA FEB – No presente trabalho, foram consultadas e utilizadas as seguintes obras:

A Psicografia ante os Tribunais. / Miguel Timponi. / FEB – 5ª ed., 1978.

Brasil, Mais Além! / Duílio Lena Bérni. / FEB – 5ª ed., 1994.

Chico Xavier – Mandato de Amor. / União Espírita Mineira, 1992.

Chico Xavier – Mediunidade e Coração. / Carlos A. Bacelli. / Instituto Divulgação Ed. André Luiz, 1985.

Espiritismo Básico. / Pedro Franco Barbosa. / FEB – 4ª ed., 1995

O Arco e a Flecha


Segundo consta, o arco e flecha vem sendo utilizado desde a Idade da Pedra Lascada, há cerca de 12.000 anos.

Achados arqueológicos mostraram que os egípcios o utilizavam há cerca de 5.000 anos atrás para caça e também nas guerras.

O mais inusitado é que arcos e flechas foram encontrados em todas as partes do mundo. Histórias mitológicas dos gregos, dos romanos, dos vikings e druidas possuem sempre seus deuses e heróis utilizando arco e flecha.

Muito utilizado como arma de guerra, adaptado pelo homem de acordo com a necessidade, se o guerreiro estivesse a cavalo, ou a pé, ou ainda em carruagens, leves e rápidas ou pesadas e lentas. Também muito utilizado em torneios, na época em que os guerreiros descansavam entre uma batalha e outra, e nos nossos dias, como esporte olímpico.

Autor: Alex de Oxóssi

Na China, o arco e flecha data da dinastia Shang ( 1766-1027 a.C.) e depois, no século VI, apareceu no Japão, logo sendo assimilado entre as artes marciais.

O arco e flecha se tornou obsoleto como arma de guerra com a introdução do fogo de artilharia, o que ocorreu na Guerra de 30 anos, no início de 1600 da era cristã, que envolveu vários países da Europa a começar pelo que é hoje Alemanha.

Mas se continuarmos a estudar, verificaremos que o índio norte-americano sempre foi exímio no uso do arco e flecha, do mesmo modo que o nosso índio brasileiro, com ligeiras diferenças de tribo para tribo, como ainda os pigmeus, que até hoje o utilizam. Sobre estes últimos é interessante comentar que há pigmeus com arcos e flechas muito semelhantes, em diferentes partes do mundo, como o Sudeste da África, Sul da Ásia, Oceania, Brasil e Bolívia.

Enfim, há muito o que se pensar, nestas “coincidências” que ocorreram durante a evolução humana ao longo dos séculos, com continentes e oceanos a separar os diferentes povos.

Partindo desta introspecção no campo material, vamos refletir também o uso do arco e flecha no Mundo Espiritual. Frequentemente os caboclos de Umbanda se apresentam como flecheiros, sob o comando da Linha de Oxóssi. Ora, se eles precisarem agir, lutarão contra outros espíritos desencarnados. De que então serviriam suas armas? Eles se apresentam como índios que defendem uma linha de frente de demanda. Isto necessariamente não significa que todo caboclos flecheiro foi índio em sua última encarnação. Mas tem aptidão para confrontos e firmeza suficiente para enfrentar ataques das sombras e de entidades voltadas a prejudicar que se dedica ao caminho do Bem.

Enquanto que na Terra material, o arco e flecha ajudava na obtenção de alimento e nos confrontos, no astral, é uma arma usada com maestria de outras formas. Por exemplo, nos lugares muito sombrios, onde equipes de resgate de espíritos sofredores têm de encontrar alguém específico, os caboclos flecheiros lançam suas flechas para o alto, e como elas, no mundo astral, são confeccionadas de ectoplasma, elas são plasmadas, neste momento para irradiarem luz e clarearem o ambiente das sombras a fim de que sejam encontrados os espíritos que serão resgatados. Suas flechas, com seu poder magístico podem também se transformar em cordas de luz isolando áreas restritas a entidades trevosas, ou mesmo enrolar-se ao redor de um espírito para que ele não prossiga em seu intento de prejudicar alguém.

É sabido que toda grande descoberta no plano físico da Terra, já existia antes no Astral Superior, e depois surge na mente de um encarnado, como se fosse sonho ou inspiração, para que ela possa ser materializada na terra, colaborando com o Progresso da Humanidade. Quanto ao arco e flecha, feito de pura energia e utilizado no astral, ainda é um mistério para nós, mas nos basta saber que quem os utiliza, quando na vibração do Bem, conhece profundamente seus mistérios e fundamentos, sempre nos mantendo em segurança. Quem sabe um dia, também nós conseguiremos partilhar desses conhecimentos e outros, se obtivermos o merecimento.

Salve todos os Caboclos!

Os Superpoderes dos médiuns

Os freqüentadores da Casa Espírita que não possuem o hábito do estudo, acreditam que os médiuns sejam espíritos privilegiados, portadores de dons milagrosos e de maravilhosos poderes. Nada disso. O médium é um espírito (re)encarnado como outro qualquer. Como o próprio termo explica, ele apenas serve como meio de contato entre o plano espiritual e o plano físico (Livro dos Médiuns, capítulo 14). O médium tem problemas como todos nós: falta de dinheiro, desemprego, doenças, desavenças humanas, defeitos e virtudes. Mas, porquê uns nascem médiuns e outros não? A mediunidade está ligada diretamente ao organismo do individuo e pode ocorrer de duas maneiras: primeiro, por meios evolutivos espirituais, isto é, quando o espírito evoluindo 'conquista' determinada sensibilidade acima do comum - por exemplo, o chamado sexto sentido, uma espécie de percepção natural do invisível - e a segunda forma, um tipo de 'empréstimo' para o espírito delituoso onde, um conjunto de habilidades, diferentes das naturais, ficam latentes a partir da (re)encarnação, a fim de possibilitar-lhe cooperação direta com o plano espiritual, sanando seus débitos passados. Daí, a correta compreensão que o Espiritismo nos fornece de que existem médiuns (indivíduos) de boa ou de má fé, e de que se a mediunidade, em caráter de empréstimo, estiver sendo utilizada para fins pessoais ou comerciais, pode ser suspensa ou até retirada (Evangelho 2º o Espiritismo, capítulo 26, item 7). Logo, a manutenção da mediunidade depende do comportamento moral do médium (Livro dos Médiuns, capítulo 17). Portanto, de acordo com os conceitos espíritas, endeusar um médium, atribuindo-lhe a famosa 'santificação', além de desconhecimento da Doutrina Espírita, é prejudicial ao próprio médium, por alimentar-lhe a vaidade, o egoísmo e o orgulho.

Médiuns eficientes como Chico Xavier ou Ivonne do Amaral Pereira, entre outros, são apenas espíritos nobres que cumpriram suas tarefas mediúnicas com disciplina e humildade, principais características do bom médium. Mesmo todos sendo médiuns, só alguns desenvolvem as faculdades medianímicas*; ou seja, não basta querer e fazer cursos de mediunidade ou rituais cabalísticos para tornar-se médium. Dessa forma, nos parece questionável chamarem os cursos da área mediúnica de ‘desenvolvimento mediúnico’; apropriado seria chamá-los de ‘educação ou orientação mediúnica’, pois, essencial é que o desenvolvimento mediúnico aflore natural e gradativamente, seguindo o planejamento da espiritualidade. Na prática, a título de informação doutrinária, em se notando essas sensibilidades, em si ou em pessoas próximas, o interessado no dever cristão pode candidatar-se ou indicar o conhecido aos cursos específicos existentes na Casa Espírita, onde recebe a segura orientação para ingressar na tarefa mediúnica, caso obtenha a condição e mantenha aceso o interesse.

Ninguém é obrigado a trabalhar como médium, mesmo possuindo as ditas faculdades mediúnicas. Jesus já nos possibilitava, há 2 mil anos, a escolha da semente a ser plantada, mas também nos alertava, carinhosamente, de que a colheita seria obrigatória e individual.

Como, desde os primórdios, a curiosidade, ferramenta natural do progresso humano, também se apega aos fenômenos medianímicos* (Velho Testamento, Êxodo e Deuteronômio), a maioria continua a querer saber o que acontece do lado de lá, mesmo sem querer ir (de vez) para o além (desencarnar). Porém, só os que (re)nascem com a marca da mediunidade em seus corpos, podem falar com propriedade das dificuldades que passam e dos esforços exigidos para a manutenção do equilíbrio, fator indispensável às tarefas deste campo. Nenhuma faculdade medianímica* é capaz de romper a Lei do Progresso (Livro dos Espíritos, 3ª parte, capítulo 8). Portanto, médium que não estuda é e sempre será presa fácil para a rede da obsessão. Médium que não busca a moralidade, é vaso infectado que mancha a água limpa do Evangelho. E, em se tratando de mediunidade responsável, ninguém se intitula como super-herói, pois, nesse ofício, querer não é poder e servir é sempre muito mais importante que dar.

*medianímico(a): é o termo utilizado quando queremos nos referir a quaisquer ocorrências entre o plano físico e o plano espiritual. (costumava ser usado por Leon Denis, Gabriel Delanne, Herculano Pires, entre outros.)

fonte: O Mensageiro

CADA UM TEM SUA CRUZ

Um dia um homem reclamava de sua vida, relamava de tudo e de todos, um dia enfurecido raclamou até de Deus. Assim ele ganhou a oportunidade de falar com Oxalá.
Chegando ao céu o homem foi logo reclamar que todas as pessoas tinham sorte e ele teria vindo a terra apenas para sofrer, que sua cruz era muito pesada. Então Jesus disse ao homem que deveria entrar naquela sala e que deixasse sua cruz na porta, e que teria a oportunidade de escolher qualquer uma. Assim o homem se dirigiu a sala.
Ao adentrar o local o homem deixou sua cruz e notou que naquela sala encontrava-se milhares de cruzes, nenhuma igual a outra.
Então o homem pegou a primeira e pos no ombro, mas seus joelhos quase quebraram com tamanho peso tinha aquela cruz, pegou ainda uma outra que nem aguentou levanta-lá do chão, o homem foi de encontro a outra que por ser de uma madeira tão fina se quebrou com o toque rude de suas mãos, viu ainda uma bem pequena, mas ficou com vergonha de aceitar aquela minúscula cruz. Bem passada várias horas, após homem experimentar muitas e muitas cruzes, ele pôs uma em seu ombro e ele sentiu que o peso daria certinho para ele carregar, que a curvatura daquela cruz se encaixou ao seu ombro.
O homem então deixou o recinto e disse a Oxalá:
-Pai encontrei! Essa cruz consigo carregar certinho.
Então o homem recebeu a autorização de voltar a terra, mas o homem estava tão cego que não notou que aquela cruz era aquela que o homem tinha deixado na porta com o seu nome gravado.

--> Cada um tem sua cruz pra carregar, e não reclame da sua pois há outras mais pesadas.

e como diria Adoniram Barbosa " Deus dá o frio, conforme o cobertor"

Que Oxalá nos abençoem

Bezerra de Menezes


Descendente de antiga família de fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio Bezerra de Menezes (tenente-coronel da Guarda Nacional) e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.
Em 1838, aos sete anos de idade, ingressou na escola pública da Vila Frade (adjacente ao lugar de Riacho do Sangue), onde, em dez meses, aprendeu os princípios da educação elementar.
Em 1842, como consequência de perseguições políticas e dificuldades financeiras, a sua família mudou-se para a antiga vila de Maioridade (serra do Martins), no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com onze anos de idade, foi matriculado na aula pública de Latim. Em dois anos já substituía o professor em classe, em seus impedimentos.
Em 1846, a família retornou à Província do Ceará, fixando residência na capital, Fortaleza. O jovem foi matriculado no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos preparatórios.

Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
No ano seguinte (1852), ingressou como praticante interno ("residente") no hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Para prover os seus estudos, dava aulas particulares de Filosofia e Matemática.
Obteve o doutoramento (graduação) em 1856, com a defesa da tese: "Diagnóstico do cancro". Por essa altura, abandonou o último patronímico e modificou o "s" de Meneses para "z", passando a assinar-se simplesmente como Adolfo Bezerra de Menezes. Nesse ano, o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, e nomeou para chefiá-lo, como Cirurgião-mor, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, antigo professor de Bezerra de Menezes, e que o convidou para trabalhar como seu assistente.
A 27 de Abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento". O académico José Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de Maio, tendo a eleição transcorrido na de 18 de Maio e a posse na de 1 de Junho do mesmo ano.
Em 1858 candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Nesse ano saiu a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Capitão-tenente e, a 6 de Novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda, que viria a falecer de mal súbito em 24 de Março de 1863, deixando-lhe dois filhos, um de três e outro de um ano de idade.
No período de 1859 a 1861 exerceu a função de redactor dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina.
Em 1865 desposou, em segundas núpcias, Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de seus filhos até então, com quem teve mais sete filhos.

Nesse período a Câmara Municipal do Município Neutro tinha como presidente Roberto Jorge Haddock Lobo, do Partido Conservador. Ao mesmo tempo, Bezerra de Menezes já se notabilizara pela actuação profissional e pelo trabalho voltado à população carente. Desse modo, em 1860, em uma reunião política, alguns amigos levantaram a candidatura de Bezerra de Menezes, pelo Partido Liberal, como representante da paróquia de São Cristóvão, onde então residia, à Câmara. Ciente da indicação, Bezerra recusou-a inicialmente, mas, por insistência, acabou se comprometendo apenas em não fazer uma declaração pública de recusa dos votos que lhe fossem outorgados.

Durante a campanha abolicionista publicou o ensaio "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem danos para a Nação" (1869). Expôs os problemas de sua região natal em outro ensaio publicado, "Breves considerações sobre as secas do Norte" (1877). Alguns indicam que foi autor de biografias sobre o visconde do Uruguai e o visconde de Caravelas, personalidades ilustres do Império do Brasil. Foi redactor de "A Reforma", órgão liberal no Município Neutro, e, de 1869 a 1870, redactor do jornal "Sentinela da Liberdade".


Militância Espírita:

Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos (sem data, em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos. Sobre o contacto com a obra, o próprio Bezerra registrou posteriormente:
"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distracção para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei- me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."
Com o lançamento do periódico Reformador, por Augusto Elias da Silva em 1883, passou a colaborar com a redacção de artigos doutrinários.
Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de Agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande público (estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas) no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocução, justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo. O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo "O Paiz".

Em 1889 Bezerra de Menezes foi percebido como o único capaz de superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira. Nesse período, iniciou o estudo sistemático de "O Livro dos Espíritos" nas reuniões públicas das sextas-feiras, passando a redigir o Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores. Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de Abril), com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados[4]. Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de Abril e, a 22 de Dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal brasileiro de 1890

Pela atuação destacada no movimento espírita da capital brasileira no último quartel do século XIX, Bezerra de Menezes foi considerado um modelo para muitos adeptos da Doutrina. Destacam-lhe a índole caridosa, a perseverança, e a disposição amorosa para superar os desafios. Essas características, somadas à sua militância na divulgação e na reestruturação do movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o "Kardec Brasileiro", numa homenagem devida ao papel de relevância que desempenhou. Muitos seguidores acreditam, ainda, que Bezerra de Menezes continua, em espírito, a orientar e influenciar o movimento espírita. É considerado patrono de centenas de instituições espíritas em todo o mundo.


fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Bezerra_de_Menezes

Fundamentos de cantar, bater palmas e tocar Atabaques na Umbanda

Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente, podemos imaginar essa comunicação através de freqüências.

O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem freqüências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As freqüências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a freqüência na qual está programado.

Analogamente, se imaginarmos que nossos pensamentos são como freqüências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são freqüências, podemos dizer que são essas freqüências que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados.

Quando nos dirigimos ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa freqüência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a freqüência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa freqüência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas.

Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de freqüências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater palmas.

Como funciona?

Ao final de um espetáculo, um show, um discurso, normalmente as pessoas batem palmas para demonstrar àquele que se apresentou o agradecimento, por compartilhar aqueles minutos de entretenimento ou aprendizado. Se as palmas se estenderem por vários segundos, aos poucos elas vão entrando num ritmo e muito rapidamente todas as pessoas batem palmas no mesmo ritmo e, junto com essa sonorização, algo começa a acontecer: as pessoas começam a se sentir mais alegres, com vontade de rir, ou seja, as pessoas ali envolvidas começam a vibrar numa mesma freqüência, e inconscientemente, todas estão fazendo as mesmas coisas que as outras pessoas estão fazendo.

Já com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.

Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível de freqüência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a baixa auto-estima, as preocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as informações que estão sendo passadas.

Com a freqüência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e de acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.

Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da auto-estima. Com base nisso, por estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa freqüência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras pessoas.

Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.

No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas freqüências começam a se igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.

Quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.

Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si, para que seja mais fácil ainda, e no caso de um guia estar trabalhando no desenvolvimento de um cambono, o guia canta para o cambono ouvir o ponto e elevar sua freqüência para facilitar a incorporação.

Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa atrapalhar o médium.

Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser mudadas, pois toda a mironga feita pelo guia está nas disposições das palavras. Quando feita pelo homem, as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem arranjadas.

Se prestarmos atenção, alguns pontos parecem não fazer sentido, mas quando cantados, no ritmo certo, acabamos fazendo as mirongas que estão escondidas nos pontos. É por isso que alguns pontos possuem palavras conjugadas de maneira errada ou em tom bem caipira, pois essas palavras foram inseridas nos pontos propositalmente, para poder servir como “palavras mágicas” a serem proferidas por todos, ou seja, os sons que essas palavras produzem é que produzem os efeitos requeridos.

Alguns pontos, quando entoados, podem afastar diversos males, como espíritos obsessores ou pessoas que tentam derrubar o terreiro.

Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para descarrego, para despedida, para provocação, para cruzamento de linhas, para cruzamento de falanges, etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua finalidade para o bom andamento do trabalho.

Alguns pontos devem ser evitados cantar tanto dentro do terreiro quanto em nossas casas, pois eles podem atrair maus espíritos. Pontos que falam muito de cemitério, morte, ou qualquer tipo de bestialidade devem ser evitados.

Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o terreiro.

Ao ser entregue no terreiro, primeiro é trocado o couro que vem com o atabaque, para eliminar os fluídos de “comércio” que foram depositados sobre ele na loja que o comercializa; depois, são feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada sobre o atabaque. São colocados patuás de acordo com o guia que será o “dono” do atabaque e são feitas rezas sobre ele para fortalecer a energização.

O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as forças que regerão o atabaque. Em seguida o atabaque é entregue ao ogan que tocará o atabaque nos trabalhos.

Normalmente em um terreiro, os atabaques são múltiplos de três, mas são os guias que definem o número correto a ser utilizado nos trabalhos. O maior dos atabaques é o Rum, destinado ao guia que rege a casa; o segundo, é o Rumpi, destinado ao segundo guia que rege a casa ou ao guia que rege a coroa do pai ou mãe-de-santo fundadores do terreiro; o terceiro, e o menor deles, é o Lé, muitas vezes destinado à Exu ou a um guia homenageado pela casa. As ordens dos donos de cada atabaque são definidas pelos guias que regem o terreiro, podendo eles alterar essa disposição.

O Rum é sempre tocado pelo ogan chefe e só poderá ser tocado por outro ogan
desde que o ogan chefe permita. Ele, o Rum, serve para dar os primeiros toques nos pontos, repicar e conduzir os trabalhos. O Rumpi é tocado pelo segundo ogan, dando o ritmo do toque e mantendo a harmonia. O Lé é tocado pelo ogan iniciante, que ainda está em processo de aprendizado, seguindo sempre os toques do Rumpi.

Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado (normalmente não é permitido ao convidado tocar no Rum).

Em terreiros tradicionais e candomblés, o ogan chefe sempre é considerado o detentor do conhecimento sobre as giras, assumindo sempre sete anos a mais de experiência sobre o pai ou mãe-de-santo. Isso se deve ao fato de que o ogan conhece todos os preparos para as giras, e é quem conduz a energia de sustentação dos trabalhos.

Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.

Um ogan mal intencionado pode derrubar uma gira apenas tocando o atabaque, e muitas vezes, consegue derrubar todo o terreiro. Para que se evitem problemas, há pontos chamados de provocação, onde o ogan do terreiro tenta quebrar as forças do ogan mal intencionado entoando pontos de quebra de forças e demanda.

Cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.

Alguns terreiros de candomblé não permitem que mulheres sejam ogans alegando, segundo Mattos “(…) que elas não poderiam usar os instrumentos sagrados
por ficarem de pajé (menstruadas)” (pg. 93). Ainda citando Mattos, “(…) porém, naumbanda, um indivíduo feminino tem totais condições de ser uma atabaqueira, sem problema algum. Se considerarmos que os Ogãs tem um poder divino, uma faculdade mediúnica musical, esta não vem com o gênero, e sim com o espírito e este por ter origem na essência divina, não tem sexo” (pg. 93).

Há outros instrumentos que são usados nos trabalhos para auxiliar os toques dos atabaques, como o agogo, chocalho, triângulo, pandeiro, berimbau, etc.

É importante que os filhos da corrente e a assistência participem das giras cantando e batendo palmas, pois sem essa união de forças dificultam o bom andamento do trabalho. Se não sabe o ponto, bata palmas, mas principalmente, preste atenção nos pontos, pois normalmente eles são curtos e repetitivos, fáceis de aprender. Para os pontos mais longos, que quase não se repetem, ou mesmo para aqueles pontos que são cantados em giras especiais, como de ciganos, marinheiros ou boiadeiros, os terreiros muitas vezes deixam disponíveis pastas com os pontos escritos, e em alguns casos, as pessoas se reúnem antes das giras para cantarem os pontos e aprenderem aqueles que não sabem.

Não é vergonha não saber os pontos, vergonha é não participar, não ajudar a cantar ou bater palmas, assim como achar que não tem voz boa pra cantar e por isso não cantar.

Cantar ajuda a todos, aos guias, aos médiuns, aos cambonos, a assistência, a afastar maus espíritos, más influências, miasmas no plano astral, energias negativas, e atrai sempre bons fluídos, boas energias e boas vibrações.
Bibliografia Consultada

Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda – Federação Espírita de
Umbanda – Editado pela Federação Espírita de Umbanda – 1942
MATTOS, Sandro da Costa O livro Básico dos Ogans .
ORPHANAKE, João Edson A umbanda às suas ordens. Tríade Editorial
ORPHANAKE, João Edson Umbanda Perguntas e Respostas. Tríade Editorial

Com a colaboração do nosso irmão Paulo Costa

POSTAGEM 200


Olá pessoal,
Hoje o Blog está completando 200 postagens(arquivos),o blog já está com mais de 2 anos de funcionamento e aprendi muito com essa responsabilidade que assumi, no começo era para ser um blog para mostrar as fotos dos trabalhos que temos na Tenda e com o tempo isso foi mudando e novas pessoas começaram a acessar o blog, temos uma área dedicada aos livros da Umbanda, músicas que artistas famosos dedicaram aos Orixás e as Entidades, filmes relacionados ao espiritismo e orações que nos ajudam e fortalecem o nosso dia a dia.
Hoje temos uma média de 30 visitas diárias de todos os lugares do Brasil e até mesmo de fora do País.
Queria muito fazer atualizações diárias no Blog mais o tempo está corrido e estou fazendo as atualizações em dias alternados e durante a madrugada.
Bem é isso pessoal, teremos algumas mudanças futuras e novos colaboradores.
Continuaremos crescendo a cada dia e levando a todos um pouco da Nossa Querida Umbanda.

Diogo Freitas
dgfreitas@globo.com

O NÚMERO 7

Como professor de matemática que sou, e praticante da religião de Umbanda, também conhecida como a religião dos mistérios, não pude deixar de perceber a exaltação pelo número 7, pois, segundo a história conhecida da sua anunciação, no dia 15/11, e sua primeira reunião com esse nome, no dia 16/11 (1 + 6 = 7), pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, passei a notar coincidências ou não, por esse número considerado por muitos, místico.

Além disso, muitos consideram o número como sendo cabalístico, dentro de nossa religião, pois temos:

Vivemos mais rodeados do número 7, do que imaginamos, e podemos listar desde o entretenimento, passando pelas artes e chegando na religião e astronomia. É só questão do ponto de vista que olhamos.

Alguns exemplos: Aqui no Brasil dizem que os gatos têm 7 vidas, temos as 7 Maravilhas do Mundo Antigo - as pirâmides de Gizé, os jardins suspensos da Babilônia, a estátua de Zeus em Olímpia, o templo de Ártemis em Éfeso, o mausoléu de Helicarnasso, o Colosso de Rodes e o farol de Alexandria, e recentemente as 7 Maravilhas do Mundo Moderno - a Muralha da China, a cidade de Petra na Jordânia, a cidade de Machu Picchu no Peru, as pirâmides de Chichén Itzá no México, o Coliseu de Roma, o Taj Mahal na Índia e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.

Continuando no entretenimento, no ano novo as pessoas costumam pular 7 ondas na praia, fazendo pedidos, que podem ter algo a ver com uma das 7 virtudes humanas - esperança, fortaleza, prudência, amor, justiça, temperança e fé. Quando temos chuva e sol ao mesmo tempo podemos ver as 7 cores do arco-íris - vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.

O arco-íris pode inspirar uma pessoa a criar uma música usando as 7 notas musicais - dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Aliás, 7 são os anões da Branca de Neve - Mestre, Feliz, Dengoso, Soneca, Atchim, Zangado e Dunga -, e 7 também são os anões da Quadrilha de Morte - Clyde, Dum Dum, Yak Yak, Pockets, Zippy, Snoozy e Softy.

Existe, no ramo das artes o Manifesto das 7 Artes - música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura e cinema. E por isso o cinema é conhecido com a "sétima arte", porque é o sétimo dessa lista.

Tão grande é a utilização do número 7 em nosso dia-dia, que temos sua freqüência de utilização na filosofia, na matemática, na história, na geografia, no esoterismo, na teosofia e, principalmente na religião.

Citemos alguns exemplos e veremos como se aplicam o número 7 em nosso inconsciente, por exemplo, na geografia 7 são os mares navegáveis - mar Adriático, mar Arábico, mar Cáspio, mar Mediterrâneo, mar Negro, Golfo Pérsico e mar Vermelho. No cotidiano, 7 são os dias da semana, na teosofia temos os 7 raios de luz ou mestres ascencionados da sociedade secreta Grande Fraternidade Branca, sendo eles:

No esoterismo temos os 7 elementais: Arcanjos, Anjos, Devas, Silfos, Gnomos, Salamandras e Ondinas.


Porém para citar algo sobre a filosofia e religião temos que citar o livro do nosso irmão Alexandre Cumino, intitulado “Deus, deuses, divindades e anjos”, onde ele cita nas páginas 190 e 191, o seguinte:


“De acordo com Johhn Heydon, o sete é um dos números mais prósperos e também tem sido definido como o todo ou o inteiro da coisa à qual é aplicado; contudo, Pitágoras referia que o sete era o número sagrado e perfeito entre todos os números, e Filolau (século V a.C.) dizia que o sete representava a mente. Macróbio (século V d.C.) considerava o sete como o nó, o elo das coisas. O sete, por sua vez, é um número primo e também é o único de 1 a 10 que não é múltiplo nem divisor de qualquer número de 1 a 10.

O filósofo grego Platão de Egina (429–347 a.C.) no seu Timeu ensinava que, do número sete, foi gerada a alma do mundo. Santo Agostinho via nele o símbolo da perfeição e da plenitude. Santo Ambrósio dizia que era o símbolo da virgindade. Este simbolismo era assimilado pelos pitagóricos, entre eles Nicômano (50 d.C.), em que o sete era representado pele deusa Minerva (a virgem), que era a mesma Atena de Filolau (370 a.C.). Por outro lado, na Antiguidade associava-se o sete à voz, ao som, a Clio, musa da história, ao deus egípcio Osíris, às deusas gregas Nêmesis e Arastia e ao deus romano Marte.

Na Antiguidade, o sete já aparecia como uma manifestação da ordem e da organização cósmica.

Era o número solar, como é comprovado nos monumentos da Antiguidade: os sete planetas divinizados pelos babilônicos; os sete céus (ymgers) de Zoroastro; a coroa de sete raios e os sete bois das lendas nórdicas. Estes últimos eram simbolizados por sete árvores, sete estrelas, sete cruzes, sete altares flamejantes, sete facas fincadas na terra e sete bustos.

Com relação à Cosmologia, o Universo antigamente era representado por uma nave com sete pilotos (os pilotos de Osíris), e, segundo a escritora Nar­cy Fontes, nossa galáxia (Via Lác­tea) é formada por um Sol central, sete outros Sóis e 49 planetas (sete planetas para cada Sol).

A Lua passa por fases de sete dias: crescente, cheia, minguante e nova respectivamente.

Na tradição sânscrita, há freqüentes referências ao sete ou SAPTAS: Archishah – sete chamas de Agni; Arânia – sete desertos; Dwipa – sete ilhas sagradas; Gâvah – sete raios ou vacas; Kula – sete castas; Loka – sete mundos; Par – sete cidades; Parna – sete princípios humanos; Ratnâni - sete delícias; Rishi – sete sábios; Samudra – sete mares sagrados; Vruksha – sete árvores sagradas.

Na Teologia zoroastriana (Masdeís­mo, 550 a.C.), há sete seres que são considerados os mais elevados, são os Amchaspands ou Ameshaspendes (se­te grandes gênios): Ormazd ou Ormuzd ou Ahura- Mazda (fonte da vida); Brahman (rei desse mundo); Ardibehest (produtor do fogo); Shahrivar (forma­dor de metais); Spandarmat (rainha da terra); Khordad (governante dos tem­pos e das estações); Amerdad (gover­nante do mundo vegetal). Opostos a estes havia os sete Arquidevas (demô­nios ou poderes das trevas). Nesta Teologia masdeísta inicialmente exis­tiam sete graus iniciáticos no culto de Mitra:* corvo (Vênus), grifo (Lua), sol­dado (Mercúrio), leão (Júpter), persa (Marte), pai (Saturno), heliódromo (Sol ou corredor do Sol).

Mitra nasceu no dia 25/12, tinha como número o sete e em honra a ele havia os sete altares de fogo, deno­minados de sete Pireus.

Na Teologia romana, na corte do deus Marte ou Mars (Ares Grego), figu­ravam sete divindades alegóricas: Pallor (a Palidez); Pavor (o Assombro); Virtus (a Coragem); Honor (a Honra); Secu­ritas (a Segurança); Victoria (a Vitória); Pax (a Paz).

Na Teologia dos sumérios, a deusa Inana tinha de atravessar sete portas para chegar diante dos juízes do mundo inferior.

As tabuletas assírias estão repletas de grupos de sete: sete deuses do Céu; sete deuses da Terra; sete deuses das es­feras flamejantes; sete deuses ma­léficos; sete fantasmas; espíritos de se­te Céus; espíritos de sete Terras”.

Sendo assim, temos muitos motivos para abordar as divindades de Deus se­gundo o “Mistério do Número 7”, o que me é muito familiar também por ser umbandista, uma religião (Umbanda) que aborda seu próprio universo a par­tir do que chamamos “Sete Linhas de Umbanda”, em que se assentam os Ori­xás, divindades cultuadas na Umbanda”.

Concluímos com o texto do nosso irmão resumidamente falando sobre as diversas aplicações do número 7 em diversas áreas que a prosperidade do número reflete para nossa vida.

Podemos citar inúmeros acontecimentos descritos na Bíblia Sagrada acontecimentos com a freqüência do número 7, onde temos:


· Os 7 livros do

Antigo testamento: Livro de , Livro dos Salmos, Livro dos Provérbios, Livro do Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Livro da Sabedoria, Livro do Eclesiástico (Sirac);
· A criação do mundo em 7 dias;
· As 7
vacas, 7 espigas do sonho do Faraó, desvendado por José do Egito;

Sem contar os 7 pecados Capitais: vaidade, avareza, ira, preguiça, luxúria, inveja e gula , as os 7 sacramentos da igreja: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Sacerdócio, Penitência, Extrema-unção e Matrimônio, as 7 dores de Nossa Senhora: A perda do menino Jesus no Templo, A fuga para o Egito, O encontro com Jesus na rua da amargura, A Crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo, A morte de Jesus Cristo, O Filho morto é colocado em seus braços O sepultamento de Jesus e as 7 chagas de Cristo.

Temos ainda, que Jesus em sua última suplica, tenha dito 7 palavras na cruz: "PAI EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO".

Autor:Jairo Pereira Jr